Era apenas uma tarde comum de domingo quando, em 1º de dezembro último, a moradora do Sol Nascente Francisca Maria foi levada por uma enxurrada e depois ficou presa debaixo de um carro que estava estacionado no local. A mulher foi salva por funcionários de uma farmácia que presenciaram a cena e resgataram a vítima.
“Foi assustador. Se não fosse aquele carro que parou, eu poderia ter sido levada até um bueiro. Fiquei com muito medo de morrer”, confessou Francisca.
A vítima estava em uma distribuidora de bebidas, próximo à chácara 78 de Sol Nascente, com um amigo, também morador da região, quando as fortes chuvas começaram. Francisca tentou voltar para casa, que fica a poucos metros do local, mas acabou sendo levada pela enxurrada.
Devido à força das águas, a moradora não conseguiu se levantar e foi levada rua abaixo. Francisca acabou engolindo muito água e lama e ficou inconsciente. Ela poderia ter morrido afogada se não fosse um Renault Logan preto que estava estacionado próximo a uma farmácia. O carro conseguiu parar Francisca antes que ela morresse afogada ou fosse empurrada para ainda mais longe.
A cena causou a comoção dos funcionários da farmácia, que junto do amigo de Francisca e o condutor de um segundo veículo, logo saíram para resgatar a mulher em apuros. Após um dos homens conseguir abrir a porta do carro para que o veículo fosse empurrado, os trabalhadores carregaram Francisca até a calçada, onde realizaram os primeiros socorros até que ela recobrasse a consciência.
“Quando a vimos em apuros, não deu nem tempo de pensar. Só corremos para ir ajudá-la. Ela estava desacordada e quase se afogando. Então, fizemos massagem cardíaca até que ela recuperasse a consciência. Depois, outro funcionário [da farmácia] ligou para a emergência”, detalhou o balconista João dos Santos, 30 anos, ao Metrópoles.
Veja o vídeo do resgate de Francisca:
Após os primeiros socorros, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atendeu Francisca e a encaminhou para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), onde ela passou dois dias internada.
Francisca teve hematomas nas pernas e perdeu um dos dentes. Ela também relatou ter sentidos fortes enjoos enquanto internada. “Mas a equipe do Hospital da Ceilândia me tratou muito bem e são muito competentes. Eles são verdadeiros heróis”, disse.
A autônoma também perdeu o celular na enxurrada, que estragou devido às águas, e teve uma grande queda na autoestima, por conta da perda do dente. Ela conta que ainda não teve condições financeiras para repor o aparelho ou passar por tratamento psicológico.
Além disso, Francisca confessa que a experiência gerou graves impactos psicológicos e que passou a ter medo de ser novamente vítima das precipitações. “Eu não posso ver chuva, que eu já tenho medo. Quando começa a chover, eu me escondo dentro de casa”, confessou.
