Especialista analisa impacto da medida na economia dos EUA e alerta para necessidade de cortes de gastos para conter déficit fiscal
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A recente aprovação do pacote orçamentário de Donald Trump na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos tem gerado debates intensos sobre seu impacto na economia americana. William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, compartilhou suas análises sobre o tema em entrevista ao CNN Money.
O pacote, que mantém os cortes de impostos implementados no primeiro mandato de Trump, é visto como uma vitória política para o ex-presidente. No entanto, levanta preocupações significativas sobre o déficit fiscal do país.
Impacto no déficit e na dívida
Segundo projeções de órgãos independentes, a aprovação desta medida pode elevar o nível da dívida em relação ao PIB dos atuais 98% para 125% nos próximos 10 anos. Este seria um patamar superior ao pico atingido após a Segunda Guerra Mundial.
Castro Alves ressalta que o mercado já vem demonstrando preocupação, com os rendimentos dos títulos de longo prazo subindo nos EUA.
“As contas falam entre US$ 2,5 a US$ 3 trilhões em 10 anos de aumento do déficit”, explica o especialista.
Argumentos a favor e contra
Defensores do pacote, incluindo o Conselho de Assessores Econômicos de Trump, projetam um crescimento econômico real de até 5,2% nos próximos quatro anos, com a criação de 7,4 milhões de empregos.
Castro Alves, no entanto, sugere cautela: “Sempre tem que descontar o viés. Você dá uns 30% a 40% de desconto para chegar a um número mais próximo da realidade”.
O estrategista também destaca a importância de manter mais dinheiro no bolso dos americanos e das empresas para estimular consumo e investimentos, especialmente em um cenário de desaceleração econômica.
Desafios futuros
Apesar da aprovação na Câmara, o pacote ainda precisa passar pelo Senado. Castro Alves enfatiza que, independentemente do resultado, será crucial para o governo americano implementar cortes de gastos nos próximos anos para conter o déficit fiscal.
“Fica o dever de casa para os conselheiros econômicos do Trump e para esse governo. Seria um grande legado do governo Trump conseguir de fato reduzir esse déficit”, conclui o especialista.
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