Marcos Jank, coordenador do centro Insper Agro Global, avalia potencial das exportações do agronegócio na região e o potencial importador dos países asiáticos, principalmente de commodities: “um casamento entre países emergentes” Agro, -transcricao-de-videos-, Agro brasileiro, Agronegócio, Centro Insper Agro Global, Comércio exterior, economia, exportações do agro, Marcos Jank, Plano Safra, William Waack CNN Brasil
O Brasil e a América Latina estão se consolidando como líderes globais no superávit comercial agrícola, com perspectivas de expansão contínua até 2026, segundo análise do professor e coordenador do centro Insper Agro Global, Marcos Jank.
De acordo com o professor do Insper, o Brasil caminha para fechar safras recordes de grãos, com a soja e o milho atingindo 171 e 130 milhões de toneladas, respectivamente. “O setor de carnes também apresenta um cenário positivo, com preços em alta para suínos, aves e bovinos”, disse.
Jank ressalta que o superávit comercial agrícola da América Latina supera US$ 200 bilhões de dólares, com o Brasil respondendo por US$ 120 bilhões desse total. “O Brasil e a América Latina hoje têm o maior superávit comercial agrícola do planeta”, afirma.
Em contraste, a Ásia, especialmente a China, apresenta o maior déficit comercial mundial. Essa dinâmica cria o que Jank chama de “casamento entre países em desenvolvimento”, com a América Latina como potência exportadora e a Ásia como grande importadora, principalmente de commodities.
Diversidade na pauta agrícola latino-americana
A América Latina demonstra uma pauta agrícola diversificada. Enquanto os países do Cone Sul, incluindo o Brasil, se destacam na produção de commodities como grãos, carnes, açúcar, café e celulose, os países do Pacífico, como Chile, Peru, Colômbia e México, focam em produtos de maior valor agregado.
“Quando a gente olha para Chile, Peru, Colômbia, México, América Central, a gente vai ver uma pauta diferente, focada, por exemplo, em frutas, legumes, verduras, flores, pescados, bebidas, produtos mais diferenciados, cujos mercados são principalmente Europa e Estados Unidos”, explica.
Marcos Jank prevê que o Brasil continuará expandindo sua produção tanto vertical quanto horizontalmente, utilizando sistemas integrados e aproveitando áreas de pastagem.
“Esse processo de expansão e diversificação deve se replicar em outros países da região, fortalecendo ainda mais a posição da América Latina no mercado agrícola global”, conclui.
