Testemunha, que manteve seu nome em anonimato, afirmou que foi agredida pelo rapper inúmeras vezes Entretenimento, #CNNPop, Diddy, julgamento, Sean Combs CNN Brasil
Durante o 12º dia de julgamento de Sean “Diddy” Combs, que aconteceu nesta quinta-feira (29), acusado por crime organizado e tráfico sexual, o júri ouviu a ex-assistente do rapper, que atendeu pelo nome de “Mia”.
A 21ª pessoa a ser ouvida no caso, a mulher deu detalhes sobre as agressões sofridas por Cassie Ventura — muitas das quais ela testemunhou —, e revelou que foi agredida sexualmente por Diddy em diversas ocasiões. Além disso, ela teria sido obrigada a usar drogas na frente do rapper e era encarregada de limpar os quartos de hotel após as agressões sofridas por Ventura.
Além disso, o advogado de defesa Marc Agnifilo afirmou que o julgamento pode demorar mais tempo do que o imaginado, de acordo com os promotores do caso.
Veja os destaques do depoimento de “Mia”, ex-assistente de Diddy
- Humilhação e violência: “Mia” afirmou que Combs a tratava como sua melhor amiga e parceira de trabalho, e em outros momentos a tratava como “lixo”. Em outras ocasiões, ele a humilhava na frente dos outros, a ameaçava e jogava objetos contra ela. A mulher afirmou que sentia medo e vergonha quando Combs era violento com ela. “Mia” também afirmou que Combs fechou a porta do banheiro contra seu braço inúmeras vezes, além de roubar seu celular e ameaçá-la. O júri viu os e-mails enviados por “Mia” para outros funcionários após o incidente.
- Assédio e agressão sexual: “Mia” afirmou que Combs a assediou e agrediu sexualmente inúmeras vezes enquanto ela trabalhava para ele. “Mia” disse que Cassie Ventura não estava presente durante as agressões, e ela nunca contou nada para a ex-companheira de Diddy. O primeiro caso aconteceu após a festa de 40 anos de Combs; em outra ocasião, “Mia” afirmou que foi agredida sexualmente na mansão do rapper, em Los Angeles. Ela descreveu também outros dois momentos na casa do músico. A mulher afirmou que nunca iniciou nenhum tipo de contato sexual, e nunca disse nada sobre manter relações com ele.
- Não há possibilidade de dizer “não”: “Mia” afirmou que os ataques eram esporádicos e não tinham um padrão, mas sempre aconteciam quando Combs estava sem nenhuma namorada por perto. Ela disse também que ele nunca deu brechas para que ela pudesse recusar o contato ou dizer “não”, e ela sempre teve muito medo de contrariá-lo. “Ele poderia me demitir e arruinar meu futuro, e ainda me transformar em uma ameaça”, revelou “Mia”. Ela também revelou que sempre teve medo de ser agredida por Combs caso ela dissesse não em qualquer situação, não apenas para relações sexuais.
- Não sabia que podia denunciar os casos de assédio sexual à polícia: “Mia” afirmou que ela nunca pensou em denunciar Diddy à polícia como uma opção. Ela disse que isso é relacionado à interações anteriores com a polícia: “Eu não sabia que eu poderia falar sobre esses momentos mesmo se ninguém tivesse visto nada”. Ela também afirmou que sua experiência com Diddy foi a “mais vergonhosa de sua vida”. A mulher afirmou que ela não queria falar sobre as agressões sexuais, mas sentiu obrigação de compartilhar essas experiências que, segundo ela, “foram as mais traumatizantes” da sua vida.
