Ter dois carros de porte e preços semelhantes é arriscado, ainda mais se a motorização for a mesma. Existem exemplos que deram certo, como os Volkswagen Nivus e T-Cross, e os que estão brigando internamente, como Peugeot 208 e Fiat Argo (dentro de marcas do mesmo grupo). A Omoda & Jaecoo tentará o mesmo. Ainda que o Jaecoo 7 já esteja nas lojas como um SUV médio híbrido plug-in, a fabricante chinesa trará uma alternativa com visual mais ousado e mais equipamentos, o Omoda 7, que chegará às concessionárias no segundo semestre deste ano.
Apresentado em 2024, o SUV representa a independência da Omoda & Jaecoo da Chery, por ser o primeiro carro original desenvolvido pela divisão global, enquanto o Omoda 5 nasceu como um Chery rebatizado. Isto fica óbvio no seu interior, que elimina os elementos em comum com os SUVs da linha Tiggo.
A cabine traz algumas ideias diferentes, com o diminuto painel de instrumentos digital retangular de 10,25”, apoiado por um head-up display de 8”. Como outras marcas chinesas, os engenheiros quiseram inventar algo diferente e, em vez da multimídia de 15,6” girar como nos carros da BYD, ela desliza até ficar em frente ao passageiro dianteiro. É só um truque que deve ter pouca utilidade na vida real, além de mostrar para os amigos e a família.
Com mais liberdade para criar, os designers abandonaram o já comum esquema de faróis duplos, concentrando as luzes em uma peça só, criando uma identidade que será levada para outros carros no futuro. A traseira não ousa tanto assim, com as manjadas lanternas finas percorrendo a tampa do porta-malas.
O Omoda 5 não é um carro apertado, medindo 4,40 metros de comprimento, mas o espaço extra do Omoda 7 é bem-vindo. Com 4,66 m de comprimento e 2,72 m de entre-eixos, os ocupantes da segunda fileira ficam mais confortáveis e o porta-malas cresce de 340 litros para 500 l.
Mostrou-se muito competente nas estradas chinesas, privilegiando o uso do motor elétrico de 204 cv e 31,6 kgfm. Quando as baterias de 18,3 kWh estiverem vazias, o que acontecerá depois de rodar por 90 km, o motor 1.5 turbo de 156 cv e 22,4 kgfm entra em ação. Com ambos em funcionamento, a potência combinada é de 339 cv, enquanto o torque é de 52 kgfm – os mesmos números do Jaecoo 7.
Para provar que é econômico, a empresa fez uma competição entre os jornalistas convidados para dirigir o carro e o time do Brasil foi campeão, rodando os 1.300 km do roteiro, sem abastecer. As equipes eram formadas por três jornalistas a bordo, que se revesavam ao volante, reunindo representantes de nove países. Nosso consumo médio foi de 24,3 km/l, pelo computador de bordo, enquanto a média divulgada pela fábrica para o carro é de 20 km/l.
Mesmo na versão chinesa, o Omoda 7 é bem mais agradável de dirigir do que o seu irmão da Jaecoo e há uma melhora considerável no comportamento dinâmico. A direção é mais direta e precisa, sem aquela área morta em que o volante praticamente não mexe as rodas. Passou a sensação de ser um carro mais acertado e que os engenheiros aprenderam com os erros cometidos no Omoda 5 e no Jaecoo 7.
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Até os preços devem ser bem próximos do J7, vendido por R$ 229.990 na versão de entrada e R$ 249.990 na mais completa. No caso do Omoda 7, os valores deverão ficar entre R$ 230.000 e R$ 250.000, com uma variante de entrada sem alguns itens como a multimídia deslizante.
