Zagueiro do Real Madrid acusou atleta do Pachuca durante partida realizada no último domingo (22) Futebol Internacional, CNN Esportes, Futebol internacional, Mundial de Clubes, Pachuca, Real Madrid, Xabi Alonso CNN Brasil
O técnico do Real Madrid, Xabi Alonso, disse que acredita nas alegações de Antonio Rüdiger de que seu zagueiro foi vítima de ofensas racistas durante o jogo contra o Pachuca na Copa do Mundo de Clubes da Fifa no domingo (22), acrescentando que uma investigação da Fifa está em andamento.
Rüdiger e Gustavo Cabral, do Pachuca, se enfrentaram perto do final da partida no Estádio Bank of America, em Charlotte, Carolina do Norte, com os Los Blancos vencendo por 3 a 1.
Os dois jogadores chegaram perto um do outro antes de Rüdiger falar diretamente com o árbitro Ramon Abatti e apontar para Cabral.
O jogo terminou momentos depois, com o Real Madrid conquistando sua primeira vitória no torneio. Depois, Alonso disse que Rüdiger lhe disse que Cabral o havia insultado racialmente.
“Apoiamos o Toni e veremos o que acontece. O protocolo da Fifa foi ativado e nós o apoiamos”, disse Alonso. “É inaceitável e acreditamos no que ele disse. Estão investigando agora”.
Após o jogo, Cabral negou ter feito um comentário racista a Rüdiger.
“Foi uma briga, nós nos chocamos, ele levou um chute, disse que eu o acertei com a mão e depois houve uma discussão e o árbitro fez o sinal de racismo”, disse o jogador de 39 anos aos repórteres.
“Não houve nada ali. Era só uma palavra que a gente fala o tempo todo na Argentina. A gente fala ‘c***n de m****a ‘ (palavrão usado para chamar alguém de covarde) o tempo todo. Eu disse a mesma coisa para ele e acabou ali. Acabou meio quente porque, quando a gente estava indo para o vestiário, ele tentou me desafiar para uma briga e, bem, naquele momento você está com o coração batendo a mil por hora e nós dois estávamos indo em direção ao canto onde fica o vestiário e discutimos um pouco lá, nada mais”.
A CNN entrou em contato com a Fifa para comentar.
O técnico do Pachuca, Jaime Lozano, disse aos repórteres depois que não sabia muito sobre o incidente.
“Não falamos sobre isso no vestiário. Sim, falamos, mas exclusivamente sobre a partida. Não falei com o Cabral sobre isso”, disse Lozano.
“Não posso lhe dar uma explicação sobre isso porque esta é a primeira vez que ouço essa notícia. Não estou justificando de forma alguma, mas vou falar com ele e, conhecendo-o há algum tempo, isso nunca aconteceu com ele ou com nenhum desses jogadores do Pachuca”.
Rüdiger já foi alvo de abusos racistas em sua carreira, inclusive pelo Real Madrid em 2023 e quando jogou pelo Chelsea em 2019.
Escrevendo no The Players’ Tribune em 2021, Rüdiger escreveu que “nada realmente muda” o racismo no futebol, apesar das campanhas antidiscriminação.
“Há uma investigação, mas nada acontece de fato. De vez em quando, fazemos uma grande campanha nas redes sociais, e todos se sentem bem consigo mesmos, e depois voltamos ao normal”, escreveu o jogador da seleção alemã.
“Diga-me, por que a imprensa, os fãs e os jogadores se uniram para impedir a Superliga em 48 horas, mas quando há abuso racista óbvio em um estádio de futebol ou online, é sempre ‘complicado’? Talvez porque não sejam só uns idiotas nas arquibancadas. Talvez porque seja algo muito mais profundo“.