O advogado e cabo reformado da Marinha Adriano Carvalho da Rocha se acorrentou na entrada da sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Brasília, no Setor de Embaixadas Norte, nesta terça-feira (24/6).
O defensor foi preso em janeiro deste ano após gravar vídeos ao vivo para o seu perfil no Instagram dentro das dependências do 1º Distrito Naval da Marinha, no Rio de Janeiro.
Depois de ganhar liberdade provisória, o advogado relatou sofrer perseguição da Marinha e a correr risco de morte. Rocha se acorrentou em frente à ONU com o objetivo, segundo ele, de conseguir uma audiência com o ministro da Defesa, José Múcio.
“Quero explicar ao ministro o que acontece nas Forças Armadas e tudo aquilo que eu estou sofrendo. Preciso de proteção do Estado porque corro risco”, disse, sem explicar quais são os tipos de ameaça que estariam sendo feitas contra ele.
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O advogado ainda citou supostas denúncias feitas por ele envolvendo crimes sexuais e tortura dentro do ambiente das Forças Armadas. Próximo do portão de entrada da ONU, o advogado carregava um cartaz que dizia: “Advogado corre risco de ser assassinado”.
Além das correntes ao redor do corpo, o defensor também estava com uma mordaça na boca.
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OAB-RJ
Procurada pela coluna, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de de Janeiro (OAB-RJ), se posicionou de forma contrária à iniciativa do advogado fluminense.
“A OAB-RJ não compactua com esse tipo de iniciativa. Os requerimentos da advocacia devem ser formulados na forma da legislação”, disse a nota da entidade enviada à coluna Na Mira.
Quando foi preso em janeiro deste ano, Adriano permaneceu na dependência militar por 24 horas. Na ocasião, a OAB-RJ se manifestou contra a lei que proíbe tirar fotos e gravar vídeos nas dependências do quartel.
Rocha estava na unidade da Marinha para protocolar um documento de um cliente, quando se desentendeu com militares no local ao ter o pedido de audiência com o comandante-geral negado. Ele, então, começou a fazer uma transmissão ao vivo no seu perfil do Instagram.
O artigo 147 do Código Penal Militar prevê pena de até quatro anos de reclusão para quem fizer desenho, levantar planta, fotografar ou filmar equipamentos, lugares e pessoas em ambiente interno militar.