A segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) vai introduzir uma ação afirmativa para promover a igualdade de gênero na segunda fase da prova: quando menos de 50% das pessoas classificadas para a segunda fase forem mulheres, candidatas adicionais serão incluídas até que se atinja a paridade. A regra vale tanto para ampla concorrência como para as cotas (negras, indígenas, quilombolas e de pessoas com deficiência) e será aplicada por cargo e especialidade, com base nos resultados da prova objetiva.
A nota final continuará sendo composta pela soma das notas objetiva, discursiva e de títulos, quando houver. O edital do certame será publicado na edição extra do Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira (30/6).
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“Não é uma reserva de vagas. Quem vai ser aprovado, é quem teve a maior final”, afirmou a ministra de Gestão e Inovação Esther Dweck a jornalistas em coletiva de imprensa com a participação da ministra das Mulheres, Márcia Lopes.
“Nenhum homem classificado deixará de entrar. Todos os homens que passaram vão continuar. Agora, a diferença é que a gente vai chamar mais mulheres para completar e ter exatamente o mesmo número de homens e mulheres fazendo a prova discursiva em cada cargo e também em cada modalidade”, completou Dweck.
A chefe do MGI disse ainda que não há qualquer receio de que a medida possa ampliar a judicialização do certame e que o ministério está “tranquilo” quanto à segurança jurídica da decisão.
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O concurso, que será realizado em outubro e dezembro, também consolida as mudanças trazidas pela nova Lei de Cotas. Haverá elevação do percentual para pessoas negras (de 20% para 25%) e a introdução de cotas específicas para indígenas (3%) e quilombolas (2%). É mantida a cota de 5% para pessoas com deficiência. Quando o número de vagas por cargo não for suficiente para garantir a reserva proporcional, será realizado sorteio entre os candidatos para definir o enquadramento nas cotas.
Enap na governança
Nesta edição, a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) passará a ser responsável pela gestão e execução do concurso, incluindo as inscrições e a divulgação dos resultados. O MGI permanece como formulador da política pública de concursos.
A estrutura do CNU também foi redesenhada. A prova discursiva, que compõe a segunda fase, ocorrerá em data posterior à prova objetiva — apenas para os candidatos classificados entre os nove primeiros colocados por vaga, respeitando os critérios de cotas e as regras de paridade de gênero.
Outra novidade é a convocação para confirmar o interesse nas vagas. Assim que a primeira lista de classificação for divulgada, prevista para 30 de janeiro de 2026, os candidatos deverão informar se desejam seguir no processo para o cargo para o qual foram aprovados.
Ao todo, serão ofertadas 3.652 vagas em 32 órgãos federais — 2.480 imediatas (1.972 de nível superior e 508 de nível intermediário) e 1.172 com provimento a curto prazo, concentradas principalmente nas áreas de apoio administrativo. Segundo Dweck, essa é uma das áreas mais críticas em termos de carência de pessoal e alto risco de aposentadorias, com quadros envelhecidos e conhecimentos técnicos que não são facilmente substituíveis.
As provas objetivas serão aplicadas no dia 5 de outubro, no período da tarde, com duração de 5 horas para cargos de nível superior e 3h30 para os de nível intermediário. Já a prova discursiva será aplicada no dia 7 de dezembro, também à tarde. Para nível superior, serão duas questões dissertativas. Para nível intermediário, uma redação argumentativa.
As inscrições ficarão abertas de 2 a 20 de julho, com taxa única de R$ 70. Terão direito à isenção candidatos inscritos no CadÚnico, doadores de medula óssea, bolsistas do ProUni e beneficiários do FIES. Os pedidos devem ser feitos até 8 de julho. Leia a relação de cargos neste link e veja o cronograma neste link.