Manifestação foi expressa neste domingo (6), na declaração final da Cúpula do Brics, que ocorre até esta segunda-feira (7) no Rio de Janeiro Internacional, BRICS, Conselho de Segurança da ONU, Índia, Rússia CNN Brasil
Rússia e China — membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) — apoiam a entrada do Brasil e da Índia, em um movimento de reforma do grupo.
Apesar do comunicado ter apontado para mudanças no colegiado da ONU, a decisão acabou virando tema de discussão entre os membros do Brics.
A reforma do Conselho de Segurança é uma antiga demanda do grupo — sobretudo dos membros originais: Brasil, Rússia, Índia e China (Africa do Sul entrou logo após a formação).
Egito e Etiópia — que passaram a integrar o Brics a partir de 2024 — divergem em parte do processo pela percepção de que não serão os escolhidos como representantes da África em uma eventual expansão do Conselho de Segurança. Neste cenário, África do Sul e Nigéria aparecem com maior protuberância.
Apesar deste impasse — que acabou sendo superado — o texto mostra apoio explícito da China e Rússia para que Brasil e Índia sejam novos membros do Conselho de Segurança.
Recordando as Declarações dos Líderes de Pequim (2022) e Joanesburgo II (2023), os dois países reiteram seu endosso a um papel mais relevante para Brasil e Índia nas Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança.
A declaração do Brics enfatiza o apoio às “aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo os países do Brics”, para que estes possam desempenhar um papel mais significativo nos assuntos internacionais, especialmente dentro da ONU e seu Conselho de Segurança.
O bloco reconheceu as aspirações específicas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte, reforçando a ideia de que a reforma do Conselho de Segurança da ONU é fundamental para “ampliar a voz do Sul Global”.
A insistência do Brics na reforma do principal órgão de tomada de decisões da ONU reflete a crescente insatisfação de diversas nações com a atual configuração do Conselho, que muitos consideram anacrônica e não mais representativa da realidade geopolítica global. O movimento visa a reequilibrar o poder dentro da estrutura da ONU, dando maior peso às nações em desenvolvimento e emergentes.
Publicado por Gabriel Bosa, com informações de Daniel Rittner e Jussara Soares, da CNN