Advogados sustentam que ex-ministro comprou passagens antecipadas; PGR aponta que companhia aérea não achou registro Política, -agencia-cnn-, Anderson Torres, Estados Unidos, PGR (Procuradoria-Geral da República) CNN Brasil
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, por meio de seu advogado, acionou a empresa aérea Gol para que a companhia responda sobre sua viagem aos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2023.
Torres, à época, era secretário de Segurança do Distrito Federal, e sustenta que comprou passagens aéreas para ele, sua esposa e suas três filhas em 21 de novembro de 2022, às 10h58, quando ainda ocupava o cargo de ministro no governo de Jair Bolsonaro (PL).
O pedido à Gol é uma tentativa de recorrer contra o relatório da PGR (Procuradoria-Geral da República), que pede a condenação de Anderson Torres no processo de suposta trama golpista após as eleições de outubro de 2022 e cita uma resposta da empresa aérea que não achou registro da passagem de Torres.
Nas alegações finais da ação, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou que Torres, recém-empossado secretário no DF, em janeiro de 2023, apresentou um comprovante de bilhete aéreo que não foi localizado na companhia aérea Gol.
A PGR detalha que a empresa aérea informou que o localizador “não condiz com os dados descritos em nome de Anderson Gustavo Torres” e que não identificou, no trecho de Brasília para Orlando, o nome do ex-ministro no voo em questão.
A defesa do ex-ministro já rebateu esse trecho e apresentou a declaração de uma agência de turismo com as passagens.
“A PGR identificou a possível falsidade do documento apresentado pela defesa, o que não apenas reforça a gravidade da conduta do réu Anderson Torres à época dos crimes, mas deverá justificar a adoção de providências adicionais em relação ao novo fato aparentemente ilícito”, diz Gonet, indicando que pode pedir uma nova investigação.
A defesa de Torres alega que as férias de Torres já estavam programadas e que a saída dele do país não tem relação com os atos criminosos de 8 de janeiro de 2023.
O advogado Eumar Novacki enviou a solicitação à Gol com o objetivo de esclarecer o localizador da passagem aérea de Torres.
A CNN também procurou a companhia e aguarda um retorno.