Thiago de Aragão afirma que o setor privado é peça-chave nas conversas com os EUA e que Brasil está mais preparado para retaliar Política, -transcricao-de-videos-, Comércio exterior, Donald Trump, economia, Estados Unidos, Mercado CNN Brasil
Em entrevista ao CNN 360º, Thiago de Aragão, CEO da Arko Internacional, falou, nesta quinta-feira (17), sobre as estratégias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para negociar as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros.
Aragão analisa que o Brasil encontra-se em posição favorável nas negociações e destaca que, neste momento, o país está melhor equipado para retaliar do que para fazer um acordo. E que existem diversas empresas americanas que podem ser prejudicadas com a medida, especialmente em regiões importantes para o Partido Republicano.
O especialista diz que a solução passa pelo diálogo entre os setores privados dos dois países e buscar um equilíbrio entre as partes envolvidas.
“O Lula não é o dono da negociação, mas o condutor da negociação”, diz Aragão, e argumenta que o tarifaço afeta mais o setor privado do que o setor público.
Um dos obstáculos nessa tratativa seria a falta de clareza nas demandas de Trump. Segundo Aragão, outros países, como o Japão, enfrentam dificuldades semelhantes nas negociações, já que o presidente americano não diz claramente o que ele quer e espera que o outro lado apresente propostas.
Nesta semana, os EUA ainda abriram uma investigação comercial sobre o Brasil, uma medida baseada na sessão 301 da legislação americana. Para Aragão, esse movimento não é um agravante e estava previsto na carta enviada por Trump o governo Lula. Ele acredita que, na verdade, pode criar novos prazos para as negociações.