A Toyota vive um momento de transição. Além de estar se preparando para lançar o Yaris Cross, seu primeiro SUV compacto no Brasil, e também a Hiace, para entrar no segmento de vans, a fabricante japonesa está cuidando de todos os detalhes para interromper a produção do Corolla em Indaiatuba (SP), onde o sedã médio é fabricado desde 1997.
Faz um ano e meio que a Toyota anunciou que fechará a fábrica de Indaiatuba, após 28 anos de produção. Por isso, está sendo construída uma segunda fábrica em Sorocaba (SP), anexa às instalações que já produzem os Corolla Cross, Yaris (para exportação) e produzirá o Yaris Cross.
A nova fábrica tem 160.000 m² de área construída e, neste momento, já tem telhado e está com 13% do seu piso pronto. A Toyota está alinhando o fim da construção com o fim das operações em Indaiatuba. Com isso, a produção do Toyota Corolla em Indaiatuba será encerrada no segundo semestre de 2026.

Esta segunda fábrica de Sorocaba ficará responsável pela produção do Corolla sedã e por um novo produto também com mecânica híbrida plena, com uma capacidade de 100.000 carros/ano. Este segundo modelo será a inédita picape intermediária, uma concorrente para a Fiat Toro. Este será o primeiro modelo híbrido da Toyota feito no Brasil com tração 4×4.
Para viabilizar o início da produção na data certa, a Toyota já contratou 554 novos funcionários que já estão em processo de treinamento. Uma parcela dos funcionários de Indaiatuba (SP) também se mudará para Sorocaba (SP), que fica a 65 km dali.
Embora esta fábrica da Toyota em Indaiatuba venha sendo cobiçada por outros fabricantes, especialmente aqueles que estão chegando agora ao Brasil, para a fabricante japonesa a unidade já está no fim da sua vida útil.
De acordo com Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil, os motivos para esta decisão são técnicos e envolvem questões como a viabilidade para a expansão da fábrica e a necessidade de atualização dos seus equipamentos.

A cabine de pintura da unidade de Indaiatuba ainda usa solventes e uma atualização obrigaria a parar a produção por pelo menos seis meses, pois não há como criar outra linha paralela.
A atual fábrica de Sorocaba usa água como solvente, que é o padrão atual, e a nova fábrica utilizará outra tecnologia que também dispensa o consumo de água. Com este novo método, a Toyota conseguirá uma redução de 20% na emissão de CO2.
Além disso, as linhas de montagem da fábrica também estão defasadas e necessitam de atualização. Isso envolve até uma questão de ergonomia: são linhas muito altas, o que dificulta o trabalho de mulheres em algumas funções. A Toyota espera contratar um total de 2.000 novos funcionários até 2030 e estabeleceu a meta de que 50% sejam mulheres.
A mudança de endereço da produção do Toyota Corolla também é, de certa forma, a confirmação de que o sedã terá uma nova geração no Brasil. A fabricante japonesa trabalha no desenvolvimento desta evolução do seu modelo mais icônico, que será apresentada em 2026 e poderá estrear por aqui ainda nesta década: a Toyota tem um plano de investimento de R$ 11 bilhões em curso no Brasil até 2030.