Israel anunciou realocação da população no sul do território palestino Internacional, Faixa de Gaza, Gaza, Israel CNN Brasil
Autoridades da cidade de Gaza pedem intervenção internacional diante do temor de “deslocamento forçado” enquanto Israel planeja ampliar a guerra em Gaza, marcando uma grande escalada.
“O plano de ocupação de tomar e destruir a Cidade de Gaza, junto com o consequente deslocamento forçado”, disse a prefeitura em um comunicado, representaria uma ameaça à “paz e segurança regional e internacional”.
Os oficiais da cidade denunciaram a “ameaça de ocupação, destruição e deslocamento em massa” e convocaram a ONU e outros grupos internacionais a pressionarem Israel para que não ocupe Gaza.
O comunicado foi divulgado após o gabinete israelense aprovar, no início deste mês, planos para capturar a Cidade de Gaza, no norte do território, e a retirada forçada de até um milhão de palestinos para o sul de Gaza, quase metade da população local.
A COGAT, agência israelense responsável por levar ajuda ao enclave sitiado, informou que fornecerá tendas aos palestinos em Gaza a partir de domingo, enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF) se preparam para removê-los à força “das zonas de combate” para o sul de Gaza.
“De acordo com a diretiva do escalão político, e como parte dos preparativos das IDF para mover a população das zonas de combate para o sul de Gaza, a entrega de tendas e equipamentos de abrigo em Gaza será retomada amanhã (domingo)”, disse a COGAT em uma publicação no X no sábado (16).
“A ajuda será transferida pelo Posto de Controle Kerem Shalom pela ONU e por organizações internacionais, após uma rigorosa inspeção de segurança”, continuou a COGAT.
“Continuaremos a agir de acordo com o direito internacional para facilitar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.”
Após a votação do gabinete de segurança para ampliar a guerra no início deste mês, o gabinete do primeiro-ministro de Israel afirmou que as Forças de Defesa de Israel garantirão “ajuda humanitária à população civil fora das zonas de combate”.
No entanto, segundo o plano, os locais de ajuda ficariam fora da Cidade de Gaza, o que, na prática, forçaria os moradores famintos a sair, privando-os de alimentos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que cabe a “Israel” decidir se ocupará toda a Faixa de Gaza. Fora os EUA, as reações internacionais a esse plano foram amplamente negativas.
O Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita chamou o plano de “limpeza étnica”, e o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Türk, alertou que a ocupação israelense da Cidade de Gaza “resultará em mais deslocamentos forçados em massa, mais mortes, mais sofrimentos insuportáveis, destruição sem sentido e crimes atrozes”.
Líderes da França, Irlanda e Canadá também se manifestaram contra a medida, argumentando que ela agravaria a grave situação humanitária em Gaza e colocaria em risco os reféns restantes.