Gonet denunciou Eduardo e Paulo Figueiredo nesta segunda, mas não indicou motivos para ter poupado ex-presidente Política, Denúncia PGR, Jair Bolsonaro, PGR (Procuradoria-Geral da República) CNN Brasil
Mesmo tendo sido indiciado pela PF (Polícia Federal) e alvo do inquérito que investiga ações contra o judiciário brasileiro nos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta segunda-feira (22).
O procurador-geral, Paulo Gonet, ofereceu denúncia nesta tarde contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo por coação no curso do processo.
No documento, porém, Bolsonaro é mencionado somente como um beneficiário indireto das ações dos dois denunciados. A PGR não indicou motivos para ter poupado o ex-presidente neste momento.
Isso significa que, por ora, Gonet não viu elementos que apontem para uma participação direta de Bolsonaro na coação de autoridades estrangeiras.
Na denúncia, o procurador afirma que Eduardo e Paulo se valeram de uma rede de contatos com autoridades americanas para compelir o STF a encerrar os processos sobre golpe de Estado sem condenações.
Segundo a PGR, os denunciados usaram de “ameaças de violentas sanções e a efetiva aplicação de algumas delas” para coagir os ministros do Supremo.
“A pressão a que se referiam os denunciados viria não só na forma de atos concretos, dirigidos a oprimir os julgadores da ação penal, sobretudo o seu relator, como também tinha por objetivo infligir danos a todo o Brasil, com repercussão altamente deletéria sobre a economia geral do país. A ideia subjacente era a de lançar a culpa pelas medidas na atuação do Supremo Tribunal; desse modo, capturariam a opinião pública, os setores produtivos e os cidadãos em geral, voltando-os contra a Corte”, afirma o PGR.
No final de agosto, a PF indiciou Eduardo e Jair Bolsonaro devido à atuação do parlamentar nos Estados Unidos. Foi pedida a denúncia de ambos por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
No relatório, a corporação afirma que pai e filho têm atuado para obstruir o avanço da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, que tem Bolsonaro como principal réu.

