Apresentador fez monólogo zombando as publicações do presidente dos EUA nas redes sociais Entretenimento, #CNNPop, ABC, Charlie Kirk, Donald Trump, Jimmy Kimmel CNN Brasil
O apresentador Jimmy Kimmel, 57, abriu sua segunda noite de volta ao palco do late-night enfrentando os mais recentes ataques de Donald Trump, 79, contra ele e sua emissora ABC, descrevendo o presidente como um “valentão no estilo de filme dos anos 80”.
Em seu monólogo de abertura, ele fez uma zombaria frase por frase da postagem de Trump nas redes sociais de terça-feira (23), na qual o presidente acusou o comediante de ser “apenas mais um braço” do Partido Democrata e ameaçou “testar a ABC” por exibir conteúdo equivalente a “uma grande Contribuição de Campanha Ilegal”.
“Apenas Donald Trump tentaria provar que não estava ameaçando a ABC… ameaçando a ABC”, ironizou Kimmel na noite de quarta-feira (24).
O apresentador defendeu suas próprias provocações rotineiras ao presidente, ecoando seu monólogo de retorno da noite de terça-feira, no qual ele pediu ao público que enfrentasse as ameaças do presidente dos EUA e seus ataques “antiamericanos” à liberdade de expressão.
“Para aqueles que acham que eu pego pesado demais com Donald Trump, a ponto de ainda haver muitas pessoas que pensam que eu deveria ser tirado do ar… eu quero explicar: eu falo sobre o presidente mais do que qualquer outra coisa porque ele é um valentão. Eu não gosto de valentões — eu toquei clarinete no ensino médio.”
Kimmel brincou dizendo que apoiar o político era como “torcer pelo Biff de De Volta para o Futuro”, em referência ao antagonista principal do filme de 1985. “Eu não sei vocês — eu fico com Marty McFly”, acrescentou.
O programa de quarta-feira foi o segundo desde que o “Jimmy Kimmel Live!” foi retirado do ar por quase uma semana depois que comentários sobre o suposto assassino do ativista Charlie Kirk geraram uma repercussão negativa.
A ABC, da Disney, primeiro anunciou que o programa estava suspenso “indefinidamente” após a indignação de conservadores diante da afirmação de Kimmel de que a “gangue Maga” estava “desesperadamente tentando” caracterizar o suspeito “como qualquer coisa que não fosse um deles”.
Ele também afirmou que os leais a Trump estavam “fazendo tudo que podiam para ganhar pontos políticos” com o assassinato.
Depois que os comentários de Kimmel foram divulgados por sites e programas de TV de direita, o presidente da FCC alinhado ao presidente dos EUA, Brendan Carr, chamou isso de “a conduta mais doentia possível” e sugeriu que a FCC poderia agir para revogar as licenças de afiliadas da ABC.
Carr mais tarde minimizou seu papel no drama do apresentador, caracterizando-o como uma disputa entre proprietários de emissoras locais e a rede nacional.
Na terça-feira, Kimmel fez um retorno poderoso e emocional, defendendo a liberdade de expressão e alfinetando Trump e aqueles que tentavam censurar seu programa.
“Este programa não é importante”, disse aos espectadores. “O que é importante é que vivamos em um país que nos permite ter uma atração como esta.”
Ele também abordou as observações que levaram a ABC a suspender seu programa, dizendo que não era sua “intenção fazer pouco caso do assassinato de um jovem”.
A emissora disse que o programa de retorno de terça-feira atraiu índices recordes de audiência — com dezenas de milhões assistindo ao monólogo de Kimmel na transmissão da ABC, no YouTube e nas plataformas de mídia social — algo que o apresentador reconheceu na quarta-feira.
“Vocês sabem que muita gente assistiu ao nosso programa ontem à noite”, disse o comediante durante o monólogo de quarta-feira, embora observando que foi visto por “a maior parte do país, não o país inteiro”.
Kimmel estava se referindo à contínua preempção de seu programa por Sinclair e Nexstar, dois grandes grupos de emissoras de TV que juntos possuem pelo menos 64 afiliadas da ABC em quase 30 estados.
“Nós ainda não estamos no ar em várias afiliadas da ABC, incluindo Seattle, Portland, Washington, DC, Nashville, New Orleans, St. Louis, Salt Lake City, e cerca de 30 mais”, disse ele.
O monólogo de quarta-feira à noite de Kimmel ultrapassou 3,5 milhões de visualizações no YouTube. Enquanto isso, seu monólogo de terça-feira à noite registrou pelo menos 6,3 milhões de espectadores, segundo as medições da Nielsen, e estava se aproximando de 20 milhões de visualizações no YouTube — seu monólogo mais assistido de todos os tempos na plataforma.
Ainda assim, o retorno de o apresentador na terça-feira provocou críticas de muitos, incluindo o vice-presidente JD Vance, que disse que o apresentador do late-night não havia se desculpado por seus comentários sobre Kirk.
“Eu assisti e, veja, de certa forma foi meio bondoso”, disse Vance em uma entrevista a Reshad Hudson, da NewsNation. “Por outro lado, ele não chegou a pedir desculpas a Charlie Kirk ou à sua família.”
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