Cícero Marcelino, apontado como assessor do presidente da Conafer, admitiu que participou de transações com a entidade, mas não soube dar detalhes sobre os repasses Política, CPMI, CPMI do INSS, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) CNN Brasil
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tomou, nesta quinta-feira (16), o depoimento de Cícero Marcelino de Souza Santos, apontado como assessor do presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Família), Carlos Roberto Ferreira Lopes.
Aos deputados e senadores, Cícero Marcelino admitiu que suas empresas tiveram grande volume de transações financeiras com a entidade. A quantia recebida da entidade estaria na casa dos R$ 300 milhões.
Ele justificou que não conseguiria dar detalhes sobre as movimentações porque teria tido todo o material apreendido pela PF (Polícia Federal).
“Vinham valores, vinham planilhas de pagamentos diretamente da Conafer e eu fazia os pagamentos”, disse Cícero à CPMI. “E aí me sobrava um troco. Era realmente isso”.
Embora apontado como assessor do presidente da Conafer, Cícero Marcelino afirmou que era apenas prestador de serviço, sem vínculo empregatício.
Durante a oitiva, parlamentares alegaram que Cícero Marcelino seria um laranja para lavar o dinheiro desviado de aposentados e pensionistas desviados por meio de descontos associativos. Ele afirma, entretanto, que os repasses eram ligados à prestação de serviços.
O relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), disse que Cícero Marcelino seria, na verdade, “boi de piranha”. O depoente, embora tenha encaminhado demanda ao STF (Supremo Tribunal Federal) não conseguiu habeas corpus que o liberasse de comparecer à comissão ou o garantisse o direito a ficar em silêncio.
“Esse aqui é boi de piranha. Então, assim, vamos… a gente quer chegar nos que estão atrás dele. É porque o senhor não teve o prestígio de conseguir um habeas corpus que eu vou trucidar o senhor? Não”, disse o relator.

