Professor afirma que 2025 é um ano com diversos marcos históricos que podem ser cobrados na prova, como os 80 anos dos ataques com bombas atômicas a Hiroshima e Nagasaki, no Japão Educação, Enem CNN Brasil
Com o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) se aproximando, a revisão de história ganha um foco especial nas efemérides – datas comemorativas de eventos que frequentemente são cobradas na prova.
Para a edição de 2025, especialistas alertam para marcos significativos que podem aparecer nas questões, exigindo atenção redobrada dos candidatos.
O professor de história Rafael Duarte, do colégio Mopi, afirma que “estamos iniciando vários eventos que estão completando o aniversário que podem ser efemérides cobradas pelos principais vestibulares”.
Ele aponta seis marcos históricos de 2025 que merecem atenção especial na reta final de preparação, por sua relevância e potencial de gerar discussões transversais.
Entre os eventos de maior relevância, Duarte lembra do aniversário de 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1945) como o de “maior chance de cair nas provas”.
Segundo ele, o tema pode abordar a ascensão do nazismo, os impactos do Holocausto, a criação da ONU (Organização das Nações Unidas), a reconstrução da Europa e o início da Guerra Fria.
Outro marco importante é o aniversário de 50 anos do fim da Guerra do Vietnãe da queda de Saigon (1975). O professor ressalta que este evento pode trazer questões ligadas à Guerra Fria, ao anticomunismo e à resistência asiática ao imperialismo europeu, lembrando que o Vietnã era uma colônia majoritariamente francesa.
Ainda no contexto da Segunda Guerra Mundial, os 80 anos das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki (1945) também são citados como um tema com potencial de aparecer nos vestibulares, marcando o fim do conflito e o início da era nuclear, com discussões sobre ética e ciência.
No cenário nacional, os 40 anos do fim da ditadura militar (1985) são uma efeméride crucial. Duarte sugere que questões ligadas ao processo de redemocratização, como as Diretas Já e a Nova República, podem ser abordadas.
Voltando ao século XIX, os 190 anos da Revolta dos Malês (1835), ocorrida na Bahia, são descritos como “o maior levante de escravizados da história brasileira”.
O professor enfatiza a transversalidade do tema, que pode abordar o haitianismo, o medo de revoltas escravas, o abolicionismo, a presença islâmica no Brasil, a diáspora africana, o racismo religioso, a resistência à escravidão e a cultura afro-brasileira, sendo um tema com “grande chance de cair”.
Por fim, na história americana, os 60 anos da morte de Malcolm X (1965) são destacados. Duarte explica que o tema pode explorar a luta pelos direitos civis, o combate ao racismo na sociedade americana, os movimentos negros e até comparações com o Black Lives Matter ou Martin Luther King, que representam “perspectivas bastante diferentes de luta e de demanda pelos direitos civis”.
Confira seis efemérides históricas:
- 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1945): nazismo, Holocausto, ONU, reconstrução da Europa, início da Guerra Fria.
- 50 anos da queda de Saigon e fim da Guerra do Vietnã (1975): anticomunismo, Guerra Fria, resistência asiática, cultura pacifista nos EUA.
- 40 anos do fim da ditadura militar (1985): transição democrática, Diretas Já, Nova República.
- 80 anos das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki (1945): fim da Segunda Guerra e início da era nuclear. Ética e ciência.
- 190 anos da Revolta dos Malês (1835): a revolta negra mais importante do Brasil colonial. Liderada por africanos muçulmanos escravizados, ela evidencia o protagonismo de povos africanos na luta contra a escravidão e também o apagamento sistemático dessa história. Tema transversal: islamismo na diáspora africana, religiosidade, racismo, resistência à escravidão, cultura afro-brasileira.
- 60 anos da morte de Malcolm X (1965): líder afro-americano que defendeu o empoderamento negro e os direitos civis nos EUA por meio do nacionalismo negro. Foi assassinado em 21 de fevereiro de 1965. Tema transversal: movimentos negros, comparação com Martin Luther King, luta por direitos civis, colonialismo e racismo estrutural.
