Um grupo criminoso especializado em fraudes bancárias e lavagem de dinheiro, que causou prejuízo de R$ 88 milhões a uma empresa multinacional, foi alvo de uma operação, nesta quarta-feira (10/12), que contou com a participação da Delegacia Especial de Repressão ao Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
De acordo com as investigações, os criminosos utilizaram cadastros fraudulentos de fornecedores de uma grande multinacional brasileira em uma plataforma de intermediação de antecipações. A PCDF não revelou o nome da empresa vítima do bando.
O esquema permitiu que os fraudadores obtivessem a antecipação de milhões de reais junto a bancos parceiros, se passando pelos fornecedores legítimos. O nome da empresa que teve o prejuízo não foi divulgado.
Laranjas
Ainda segundo as diligências, o grupo não se limitava à fraude inicial, mas operava um complexo esquema de lavagem de dinheiro. Foram identificados padrões típicos de ocultação de valores, como o uso de pessoas como laranjas, além de empresas com aparência regular, mas sem a correspondência operacional ou física compatível com os altos volumes movimentados.
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Os suspeitos faziam depósitos vultosos de dinheiro em espécie. Em um dos casos, um dos investigados chegou a depositar mais de R$ 1,5 milhão, em um único dia, dividido em várias transações, em contas de suas empresas.
Outras fraudes
A operação cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais no Distrito Federal, Pará, Maranhão e São Paulo. A PCDF cumpriu mandados em oito locais nas seguintes regiões: Águas Claras, Ceilândia, Gama e Plano Piloto.
Entre os investigados, a Polícia Civil identificou indivíduos com conhecimento em sistemas e cibersegurança, além de um estelionatário do DF conhecido por seu envolvimento em grandes fraudes anteriores, como o esquema da máfia dos concursos no Cebraspe, em 2017.
Com o objetivo de descapitalizar e asfixiar economicamente o grupo criminoso, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias dos suspeitos e das empresas envolvidas, totalizando R$ 88 milhões, além do sequestro de diversos imóveis e a apreensão de veículos de luxo.
As investigações continuam na Polícia Civil de Santa Catarina, que coordena as diligências remanescentes com a cooperação das polícias civis do Distrito Federal, São Paulo, Pará e Maranhão.

