Substituição de Celso Sabino ocorre em meio a tensões entre Planalto e Câmara e foi antecipada ao presidente da Casa Política, Celso Sabino, Hugo Motta, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) CNN Brasil
A mudança no comando do Ministério do Turismo permitiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atender a ala governista do União Brasil e, ao mesmo tempo, fazer um gesto político ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), em meio a uma relação marcada por ruídos recentes entre os dois Poderes.
Durante a reunião ministerial desta quarta-feira (17), Lula anunciou a saída de Celso Sabino (sem partido) do cargo. Para o lugar dele, deve ser indicado o paraibano Gustavo Feliciano, filho do deputado Damião Feliciano (União-PB). Gustavo já ocupou a Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba e tem trânsito entre parlamentares da bancada do estado.
Pai e filho mantêm relação próxima com Hugo Motta, que deu aval à escolha do novo ministro. Segundo auxiliares do presidente, um dia antes da confirmação da mudança, Lula conversou por telefone com o presidente da Câmara e antecipou a substituição, num gesto interpretado como uma tentativa de recompor pontes com o comando da Casa.
A troca ocorre em um contexto de desgaste na relação entre o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados, especialmente após a aprovação de projetos considerados sensíveis pelo governo, como o PL da Dosimetria, além de críticas de parlamentares à condução da articulação política e à liberação de emendas.
Nos bastidores, aliados de Lula avaliam que a mudança no Turismo também busca fortalecer a base aliada em um momento de dificuldades do governo para consolidar maioria no plenário, além de reduzir resistências internas no União Brasil, partido que abriga alas com posições divergentes em relação ao Planalto.

