Apesar de desvalorização do real desmotivar estudantes, há atalhos para estudar em outro país gastando menos
Este conteúdo foi originalmente publicado em Estudantes compartilham alternativas para fazer intercâmbio sem gastar muito no site CNN Brasil. Educação, Canadá, intercâmbio CNN Brasil
Realizar um intercâmbio internacional é o sonho de muitos brasileiros. Apesar dos custos e da alta do dólar, há caminhos para quem deseja viver essa experiência mesmo sem grandes recursos.
De acordo com a Pesquisa Belta, 39,6% das pessoas buscam o intercâmbio pelo desejo de conhecer novos países e culturas. Planejamento financeiro, programas de bolsas e a escolha de destinos mais acessíveis têm sido algumas das estratégias para concretizar esse objetivo.
“Com planejamento e foco, é possível viver uma experiência transformadora mesmo com orçamento limitado. Bolsas de estudo e programas internacionais ajudam a reduzir custos, e muitos países permitem que estudantes trabalhem para complementar a renda”, explica Alexandre Argenta, presidente da Belta (Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio).
Entre os desafios mais citados, a desvalorização do real é a principal barreira, segundo a pesquisa. Para contorná-la, optar por cidades menos turísticas pode reduzir despesas como moradia e alimentação.
Abaixo, a CNN traz histórias de três intercambistas que alcançaram seus objetivos de forma mais acessível. Confira:
Déborah de Andrade: do sonho à realização em Montreal

Déborah de Andrade cresceu em uma favela de Brasília e sempre sonhou com uma vida diferente. Com apoio da mãe, que a ensinava sobre o valor da educação, ela criou energia para traçar seus planos.
“Com muito esforço, me dediquei aos estudos e conquistei uma bolsa de 70% na universidade. Mesmo assim, precisei do apoio do meu pai para pagar as mensalidades restantes”, relembra.
Após sua primeira viagem internacional em 2015, realizada com a ajuda do irmão, Déborah começou a planejar o intercâmbio.
“Em 2021, incluí o aprendizado de inglês e um intercâmbio no meu planejamento financeiro pessoal. Trabalhando em diversos projetos e freelancer, juntei dinheiro para um curso de idioma on-line que oferecia duas semanas de aulas em outro país. Escolhi Montreal para aproveitar e visitar um amigo da faculdade”, conta.
Depois de ser demitida, utilizou a indenização para continuar investindo em seu sonho. Estudou marketing e negócios no Canadá e, com apoio da família, voltou para Montreal em 2023. Atualmente, trabalha em um restaurante enquanto estuda.
“Planejamento é essencial. É preciso estar aberto às mudanças e seguir o coração”, aconselha.
Investimento:
- 1º intercâmbio: R$ 10 mil
- 2º intercâmbio (em seis meses): R$ 40 mil
Lucas Blandes: do interior de SP ao verão em Toronto

O desejo de Lucas Blandes por um intercâmbio começou na infância, inspirado por séries de TV. Aos 15 anos, seus pais contrataram uma agência de intercâmbio, mas o visto foi negado. Apesar da frustração, não desistiu.
“Minha mãe, confeiteira, e meu pai, que fez horas extras, guardaram dinheiro desde que eu tinha oito anos para tornar isso possível”, compartilha Lucas.
Após atrasos causados pela pandemia da covid-19, Lucas finalmente realizou seu sonho em 2022, aos 18 anos. Passou um mês em Toronto, onde aprimorou o inglês e conheceu pessoas de diferentes culturas.
“Foi uma experiência transformadora. Sem o esforço dos meus pais, nada disso seria possível”, destaca.
Investimento:
- R$ 35 mil (incluindo visto, passagens, estadia e custos adicionais).
Marcela Jantsch: uma bolsista do programa “Ganhando o Mundo”

Marcela Jantsch, estudante do Paraná, encontrou no programa “Ganhando o Mundo” a chance de estudar no exterior por cinco meses.
“Nunca pensei que seria possível. Viver com uma host family foi transformador, proporcionando uma imersão total na cultura canadense”, afirma.
Durante o intercâmbio em Medicine Hat, em Alberta, no Canadá, Marcela desenvolveu a independência e aprimorou o inglês. “No começo foi difícil ouvir e falar inglês o tempo todo, mas depois se tornou natural. Essa experiência mudou minha visão de mundo e fortaleceu minha confiança”, ressalta.
Investimento:
- Totalmente coberto pelo programa governamental, que ofereceu bolsa e despesas básicas.
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