Embaixador André Corrêa do Lago afirma que estados e empresas norte-americanas permanecem interessados em manter as tratativas do acordo
Este conteúdo foi originalmente publicado em Governo Trump deixa o Acordo de Paris, não os EUA, diz presidente da COP30 no site CNN Brasil. Macroeconomia, CNN Brasil Money, COP30 CNN Brasil
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro deste ano em Belém, declarou nesta segunda-feira (31) que o governo americano, e não os Estados Unidos, deixou o Acordo de Paris.
“Quem está saindo do Acordo de Paris é o governo americano, mas não são os Estados Unidos“, afirmou Corrêa do Lago durante entrevista ao “Roda Viva”, programa da TV Cultura.
“Os Estados Unidos são essenciais por causa de tecnologia, por causa de ciência, de instituições que também estão sendo desafiadas. Mas a realidade é que vamos poder trabalhar com vários lados, várias dimensões dos Estados Unidos, que têm sido realmente muito positivas quanto ao fato de que uma gestão de quatro anos não seria suficiente para interromper vários investimentos pensando em prazos muito maiores”, adicionou o embaixador.
Em janeiro deste ano, o presidente Donald Trump publicou uma série de decretos após tomar posse pela segunda vez. Um deles exibia a retirada dos EUA do Acordo de Paris, firmado em 2015 por mais de 190 países em uma cúpula climática das Nações Unidas.
O pacto tem como objetivo limitar o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais.
Corrêa do Lago adicionou que mais de 20 estados americanos querem continuar a cumprir o que foi estabelecido no tratado. De acordo com ele, isso representaria mais de 60% do PIB dos Estados Unidos.
“Empresas americanas também. Segundo vários analistas, algo como dois terços a três quartos das empresas americanas também acompanhariam o Acordo de Paris”, acrescentou o presidente.
André Corrêa do Lago acrescentou que, apesar da retirada americana pode influenciar com o exemplo, não há notícias, até o momento, de outros países que desejem deixar o tratado.
“Estamos tendo que repensar a maneira de tratar vários dos temas pela decisão americana de se afastar do Acordo de Paris”, continuou. “Acho que isso tudo está muito intenso por causa desse começo do começo Trump, então estamos vendo como isso deve evoluir”.
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