Segundo presidente do México, o país não tem os dados exigidos pelo governo americano
Este conteúdo foi originalmente publicado em Sheinbaum nega acordo sobre compartilhar dados biométricos com os EUA no site CNN Brasil. Internacional, Claudia Sheinbaum, Donald Trump, Estados Unidos, México CNN Brasil
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta terça-feira (2) que não assinou um novo acordo com os EUA sobre o intercâmbio de informações de dados biométricos durante seu encontro com a secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem.
Segundo Sheinbaum, a reunião se concentrou na coordenação entre os dois países para “a segurança dos mexicanos”.
“Expliquei à secretária (Noem) que não temos uma identidade de dados biométricos e que isso deveria fazer parte de outra mesa de trabalho. Então, o segundo acordo não foi assinado e terá que haver a coordenação necessária”, afirmou Sheinbaum durante sua habitual coletiva de imprensa.
Os jornalistas perguntaram a Sheinbaum sobre o tema dos dados biométricos em relação às declarações de Noem na Fox News, onde ela afirmou que os Estados Unidos querem que o México compartilhe esse tipo de informação.
“Pedi especificamente que ela (Sheinbaum) compartilhasse informações de dados biométricos conosco, e ela está disposta a abordar o assunto, embora isso seja um pouco controverso em seu país (México). Mas o presidente Trump foi claro. Ele não quer que as pessoas continuem falando, quer ações”, comentou Noem.
Durante sua visita à América Latina, a funcionária americana conseguiu um acordo para compartilhar dados biométricos com a Colômbia.
A presidente mexicana afirmou, por sua vez, que as informações seriam usadas “principalmente em imigração”, mas insistiu que o México não possui “esses dados biométricos”.
“E estamos analisando, então, a solicitação feita pelo governo dos EUA, e, na medida do possível, estamos coordenando e compartilhando informações para a segurança dos mexicanos”, destacou Sheinbaum.
Ela também enfatizou que os dados biométricos solicitados pelos EUA não têm relação com a iniciativa que enviou nesta terça-feira ao Senado para melhorar a busca de desaparecidos no México.
Sheinbaum também se referiu às listas existentes de supostos narcotraficantes procurados pelos EUA para serem extraditados e indicou que há um trabalho conjunto, mas que “não foi solicitado algo específico em relação a isso”.
Em 28 de fevereiro de 2025, o México extraditou 29 supostos narcotraficantes de alto perfil, entre eles líderes do cartel de Los Zetas e Rafael Caro Quintero, considerado um dos fundadores do cartel de Guadalajara e acusado do sequestro, tortura e assassinato do agente especial da DEA, a agência federal dos EUA de combate ao tráfico de drogas, Enrique Camarena.
A presidente reiterou mais uma vez que não revelará detalhes sobre a resposta de seu governo aos possíveis tarifários de Trump a partir de 2 de abril, até que entrem em vigor, e repetiu que “segue havendo diálogo”.
Ela confirmou que foi assinado um acordo de alfândega, que, segundo Sheinbaum, é uma ratificação de um documento assinado em 2022, o que estende sua vigência.
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