Esteban Aquino desmente alegação da Abin de suposta ação contra o Brasil que teria motivado contraespionagem
Este conteúdo foi originalmente publicado em À CNN, ex-ministro da Inteligência do Paraguai nega espionagem ao Brasil no site CNN Brasil. Internacional, Brasil, Brasil e Paraguai, espionagem, Paraguai CNN Brasil
O ex-ministro da Inteligência do Paraguai, Esteban Aquino, negou que seu país tenha espionado o Brasil em 2022, o que fontes da Agência Brasileira de Inteligência alegam que teria motivado a operação de inteligência contra o país vizinho.
“Em nenhum caso minha administração autorizou, planejou ou executou nenhum tipo de espionagem contra nenhum paraguaio ou algum governo ou agência estrangeira”, disse Aquino em entrevista por telefone à CNN.
Ex-ministro da Inteligência entre 2018 e 2013, durante o governo do ex-presidente Mario Abdo Benítez, Aquino estava no cargo no ano em que fontes afirmaram à CNN que a suposta espionagem ao Brasil teria ocorrido.
“Isso não é verdade de nenhuma maneira”, desmentiu Aquino, afirmando que as alegações são “fábulas”.
Ele disse ainda que uma ação do gênero, de invadir a privacidade de cidadãos nacionais ou estrangeiros, violaria a legislação paraguaia, e que colocar a mão no fogo por todos os seus companheiros da época de que desempenharam “um trabalho profissional, institucional, e em nenhum momento foi realizada nenhuma tarefa contrária à lei dentro nem fora do país”.
Segundo o ex-ministro, em 2022, a agência de inteligência do Paraguai nem teria recursos suficientes para promover espionagem estrangeiras. “Éramos uma agência recém-formada, com um orçamento escasso, o que havia era muito patriotismo e pelo que sei, o orçamento ainda é precário”, expressou.
Suposta contraespionagem
As declarações de Aquino foram feitas após funcionários da Abin afirmarem à CNN sob reserva que a operação de inteligência contra o Paraguai ocorreu porque o país vizinho teria investigado o Brasil primeiro, durante as negociações sobre as tarifas da usina hidrelétrica de Itaipu.
Já fontes do Itamaraty alegaram que a ação dos paraguaios teria ocorrido em 2022, ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Foi naquele ano que as negociações entre os dois países para a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu – que estabelece a divisão da energia gerada pela usina hidrelétrica – começaram.
Diante disso, fontes da Abin alegam que a espionagem conduzida pelo Brasil foi uma resposta ao Paraguai — uma ação conhecida como Contrainteligência. Segundo interlocutores, a Abin teria buscado informações sigilosas.
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