Presidente concedeu entrevista exclusiva à âncora da CNN Christiane Amanpour; íntegra vai ao ar na tarde desta quinta-feira (17) Internacional, Donald Trump, Estados Unidos, EUA, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), tarifaço de Trump, Tarifas CNN Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse à CNN que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não foi eleito “para ser o imperador do mundo”.
A declaração, em meio à ameaça americana de aplicar tarifas de 50% ao Brasil, foi dada à âncora da CNN Christiane Amanpour.
A entrevista exclusiva à CNN Internacional vai ao ar na tarde desta quinta-feira (17).
Exclusive: President Trump wasn’t elected “to be the emperor of the world,” Brazil’s President Lula tells me, in the face of massive tariff threats over the prosecution of Jair Bolsonaro and more. Our full interview airs 2pm Brasilia time on @cnni and tonight in the US on @PBS pic.twitter.com/IyzUEzRpUX
— Christiane Amanpour (@amanpour) July 17, 2025
*Em atualização
Na terça-feira (15), questionado sobre a justificativa para o tarifaço contra o Brasil, Trump simplesmente argumentou ter a capacidade para fazê-lo.
“Porque eu sou capaz de fazer isso. Ninguém mais seria capaz”, disse Trump na Casa Branca. Questionado se havia algum motivo de segurança nacional, o presidente norte-americano respondeu que “temos tarifas em vigor porque queremos tarifas e queremos que o dinheiro entre nos EUA”.
Mais importante, disse Trump, é que as tarifas podem convencer um país ou empresa a “construir nos EUA, fabricar seus produtos nos EUA, e isso cria empregos”.
O analista da CNN Caio Junqueira apurou que o governo Lula busca o interlocutor ideal para endereçar a negociação com os EUA, na tentativa que Trump reveja a medida.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que lidera as negociações no Brasil, afirmou durante reuniões com empresários que essa é uma das maiores dificuldades atualmente para resolver o problema.
Em carta enviada ao governo americano assinada por Alckmin, revelada em primeira mão pela âncora da CNN Tainá Falcão, o governo federal manifestou “indignação” com a tarifa de 50%.
Na carta, o governo brasileiro afirma que a medida trará impactos econômicos significativos para ambos os países.
As autoridades destacam que, desde o primeiro anúncio de Trump sobre tarifas — quando o Brasil foi atingido por uma alíquota de 10% —, o Executivo tem buscado manter um canal de diálogo com Washington.
No início da semana, o presidente Lula assinou um decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica.
O decreto do governo brasileiro permite a suspensão de “concessões comerciais, de investimentos e obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a ações unilaterais de países ou blocos econômicos que afetem negativamente a sua competitividade internacional”.
Aprovada pelo Congresso Nacional em 2 de abril, a Lei da Reciprocidade estabelece critérios de proporcionalidade para a adoção de medidas em resposta a barreiras impostas a produtos e interesses brasileiros.
Pela norma, o Brasil pode oferecer a cidadãos e governos estrangeiros o mesmo tratamento que eles conferem ao país, seja em questões comerciais, concessão de vistos, relações econômicas ou diplomáticas.
A legislação autoriza o governo brasileiro a reagir a ações externas que afetem negativamente a competitividade internacional do país.
(Publicado por Léo Lopes)

