Shinzo Abe foi assinado em julho de 2022 enquanto discursava no sul do país; outras 17 sessões sobre o caso devem ser agendadas até o fim do ano Internacional, Assassinato, Japão, julgamento, Primeiro-ministro, Shinzo Abe CNN Brasil
O homem acusado de atirar fatalmente no ex-primeiro-ministro Shinzo Abe admitiu o crime nesta terça-feira (28), na primeira audiência do caso, informou a mídia local, três anos após o assassinato do premiê japonês com mais tempo no poder, chocar a nação.
Tetsuya Yamagami, de 45 anos, foi preso no local do ataque em julho de 2022, após supostamente atirar em Abe com uma arma de fabricação caseira enquanto o ex-premiê discursava durante uma campanha eleitoral na cidade de Nara, no oeste do Japão.
“É verdade que fui eu”, disse Yamagami, que parecia calmo em um moletom preto e calças cinzas com o cabelo preso atrás, ao tribunal, informou a emissora pública NHK.
Um advogado de Yamagami posteriormente solicitou a redução de qualquer punição, alegando que a arma artesanal que ele usou não se enquadrava na categoria de armas curtas definida pela Lei de Controle de Armas de Fogo e Espadas do Japão, acrescentou a NHK.
O julgamento de alto perfil começou no dia de uma reunião de cúpula de dois ex-aliados de Abe, a atual primeira-ministra Sanae Takaichi e o presidente dos EUA, Donald Trump, que estava em visita ao país.
“Ele era um grande amigo meu e um grande amigo seu”, disse Trump ao apertar a mão de Takaichi, primeira mulher premiê do Japão.
Abe foi o primeiro líder estrangeiro a se encontrar com Trump após sua vitória eleitoral em 2016, e os dois construíram um vínculo estreito ao longo de várias rodadas de golfe nos Estados Unidos e no Japão.
Yamagami culpou Abe por promover a Igreja da Unificação, um grupo religioso contra o qual ele guardava rancor depois que sua mãe doou cerca de 100 milhões de ienes (cerca de R$ 3.539.880 na conversão atual) à instituição, segundo a mídia local.
Fundada na Coreia do Sul em 1954, a Igreja da Unificação é famosa por seus casamentos em massa e conta com os fiéis japoneses como uma importante fonte de renda.
O ataque a tiros foi seguido por revelações de que mais de cem parlamentares do Partido Liberal Democrata de Abe tinham ligações com a Igreja, o que reduziu o apoio público ao partido no poder, agora liderado por Takaichi.
Após a primeira sessão do tribunal nesta terça-feira (28), mais 17 audiências serão agendadas até o fim do ano, antes do veredito ser proferido em 21 de janeiro.

