À CNN, Ana Toni destaca potencial potencial de negócios em áreas como agricultura, infraestrutura e seguros Política, -agencia-cnn-, Belém, COP30, Infraestrutura CNN Brasil
A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, conclama o setor privado a olhar com atenção para “um mundo de oportunidades” de negócios com a adaptação do clima.
Em participação no CNN Entrevistas deste fim de semana, Ana Toni cita exemplos: na área agrícola, sementes mais resilientes e aperfeiçoamentos nos sistemas de irrigação; na infraestrutura, obras de engenharia que resistam a enchentes e desastres naturais; no setor de seguros, produtos financeiros que ampliem a cobertura contra tragédias climáticas.
A CEO da conferência climática de Belém, que ocorre em novembro, vê as mudanças na temperatura global como uma realidade a ser enfrentada.
“O setor privado ainda não vê oportunidades de negócios na adaptação. Ele pensa muito em mitigação, hidrogênio verde, painéis solares, o que é ótimo. Mas a gente, infelizmente, já está no momento de adaptação. O setor privado também tem oportunidades econômicas e precisa que estar muito consciente para que não perca negócios”, disse Ana Toni.
“O setor privado deveria se resguardar porque o custo da inação pode ter um prejuízo muito grande para as próprias empresas. Tem que perceber que a mudança do clima é real, tanto no custo da inação, quanto de possíveis oportunidades econômicas. E isso é um grande novo ‘business’ que está surgindo no mundo inteiro”, acrescentou.
Acelerador de pobreza
Ainda de acordo com Ana Toni, a adaptação precisa fazer parte das atividades de governo, já que os pobres são os mais atingidos pelas mudanças climáticas.
“O que a gente tem que perceber, principalmente para as populações mais vulneráveis, é que a mudança do clima é um acelerador de pobreza e de desigualdade”, afirmou a CEO, que era secretária do Ministério do Meio Ambiente até ir para o novo cargo.
Para ela, a COP30 em uma cidade “real” como Belém mostrará como a mudança climática também é um tema social.
“Quando a gente vê o que aconteceu no Rio Grande do Sul, os mais vulneráveis são os que mais sofreram. Então, não, mudança do clima não é um tema ambiental somente, ele é um tema social e um tema econômico”, disse a diretora-executiva da conferência climática.
