Exército israelense acusa um dos profissionais de liderar uma das células do Hamas Internacional, Al Jazeera, Conflito Oriente Médio, Faixa de Gaza, Israel, Jornalistas, Palestina CNN Brasil
A equipe da rede Al Jazeera se reuniu nesta segunda-feira (11) para prestar homenagem a cinco de seus colegas mortos em um ataque aéreo israelense no domingo (10).
O proeminente jornalista da Al Jazeera, Anas Al Sharif, que havia sido ameaçado por Israel, foi morto junto com quatro colegas, em um ataque condenado por jornalistas e grupos de direitos humanos.
O exército israelense afirmou ter atacado e matado Al Sharif, alegando que ele liderava uma célula militante do Hamas e estava envolvido em ataques com foguetes contra Israel.
A Al Jazeera, financiada pelo governo do Catar, rejeitou a afirmação e, antes de sua morte, Al Sharif também havia rejeitado tais alegações de Israel.
“Hoje, expressamos nossa gratidão e lealdade aos nossos colegas martirizados e confirmamos que seguimos firmes em nosso profissionalismo e seguimos em frente neste caminho”, disse a nova apresentadora da Al Jazeera, Salma Al-Jamal, durante a transmissão ao vivo, enquanto funcionários seguravam fotos dos profissionais falecidos.
“O assassinato de jornalistas não impedirá a divulgação dos fatos e das palavras”, acrescentou o diretor de notícias da emissora, Assef Hamidi.
Mortes de jornalistas em Gaza
Al Sharif, de 28 anos, estava entre um grupo de quatro jornalistas da Al Jazeera e um assistente que morreram em um ataque aéreo a uma tenda perto do Hospital Al Shifa, no leste da Cidade de Gaza, disseram autoridades de Gaza e a Al Jazeera.
Uma autoridade do hospital informou que outras duas pessoas morreram no ataque.
Um sexto jornalista, Mohammad Al-Khaldi, repórter freelancer local, também foi morto no ataque, informaram médicos do Hospital Al Shifa nesta segunda-feira (11).
Os outros jornalistas mortos foram Mohammed Qreiqeh, Ibrahim Zaher e Mohammed Noufal, informou a Al Jazeera.
O exército israelense afirmou em um comunicado que Al Sharif chefiava uma célula do Hamas e “era responsável por lançar ataques com foguetes contra civis israelenses e tropas das Forças de Defesa de Israel (IDF)”, citando informações de inteligência e documentos encontrados em Gaza como prova.
O exército israelense não os tornou públicos.
Israel nega ter como alvos deliberados jornalistas. Afirma que muitos dos mortos em ataques aéreos israelenses eram membros de grupos militantes islâmicos, trabalhando sob o disfarce da imprensa.
As mortes ocorrem após o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) declarar, no mês passado, estar “profundamente preocupado” com a segurança de Al-Sharif.
A organização afirmou que 186 jornalistas foram mortos desde o início da guerra, há quase dois anos.