Foco da Câmara nesta semana deverá ser o projeto contra a chamada adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais; oposição diz que insistirá em pacote anti-STF Política, Jair Bolsonaro, Partido Liberal (PL), STF (Supremo Tribunal Federal), William Waack CNN Brasil
Aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrentam entraves para avançar com o pacote anti-STF (Supremo Tribunal Federal) na Câmara dos Deputados. Mesmo assim, evitam repetir a obstrução realizada na primeira semana de agosto. Até o momento, uma nova movimentação nesse sentido não está nos planos do grupo.
A avaliação é de que o PL (Partido Liberal) não teria apoio interno suficiente para investir novamente na iniciativa, com o potencial de se isolar ainda mais do Centrão em meio aos embates com os Estados Unidos, que têm desagradado o grupo, caso optasse pelo caminho da obstrução.
O Centrão funciona como uma espécie de fiel da balança dentro do Congresso, influenciando pautas de interesse tanto da oposição quanto do governo.
A obstrução anterior também criou grande desgaste dos bolsonaristas perante o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A oposição afirma que vai insistir na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para acabar com foro privilegiado para parte dos políticos – o que faria com que os parlamentares ficassem de fora da alçada imediata do julgamento do Supremo – e na PEC das chamadas prerrogativas parlamentares – que passaria a exigir o aval do Congresso para abertura de ações penais contra deputados e senadores.
No entanto, a perspectiva é que, mais uma vez, a reunião de líderes da Câmara nesta terça-feira (19) não aprove avançar com o pacote anti-STF.
Nos bastidores, a sinalização é de que não há maioria entre os líderes partidários da Casa para tanto. O projeto para a anistia ampla e irrestrita a envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado está mais longe ainda de uma definição positiva para a oposição.
O foco nesta semana no plenário da Câmara será o projeto que combate a adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais. A votação do texto está prevista para acontecer na quarta (20), após debate numa comissão geral.
O próprio PL tem ressalvas ao projeto – há quem alegue possibilidade de censura – e questiona se o grupo de trabalho para o tema não terá mais utilidade. Contudo, há também uma avaliação interna de que o assunto é de forte apelo social e popular.
Portanto, o PL não deve se opor a ponto de votar contra o texto.

