By using this site, you agree to the Privacy Policy and Terms of Use.
Aceitar
Portal Nação®Portal Nação®Portal Nação®
Notification Mostrar mais
Font ResizerAa
  • Início
Lendo: Alternativas e custos de uma política de enfrentamento à pobreza em MG
Compartilhe
Font ResizerAa
Portal Nação®Portal Nação®
  • Notícias
  • Esporte
  • TV Nação
  • Entretenimento
  • Ciência
  • Tecnologia
  • Acesso
Search
  • Início
Siga nas redes
Portal Nação® > Noticias > outros > Alternativas e custos de uma política de enfrentamento à pobreza em MG
outros

Alternativas e custos de uma política de enfrentamento à pobreza em MG

Última atualização: 29 de setembro de 2025 15:20
Published 29 de setembro de 2025
Compartilhe
Compartilhe

Minas Gerais enfrenta um paradoxo: embora disponha de recursos capazes de transformar realidades sociais, ainda concentra quase 4 milhões de pessoas em situação de pobreza e mais de 1 milhão em extrema pobreza, incidindo de forma desproporcional sobre mulheres, negros e crianças, apesar de uma significativa melhora nos últimos dois anos.

Contents
Conheça o JOTA PRO Poder, plataforma de monitoramento que oferece transparência e previsibilidade para empresasA evolução da pobreza e pobreza extrema em MGProgramas de transferência estadualImpactos dos diferentes programasMas quanto custaria para Minas Gerais?Viabilidade orçamentária

A mais recente Nota Técnica do Observatório das Desigualdades questiona a capacidade do Estado de intervir efetivamente e aponta que, com a correta utilização do Fundo de Erradicação da Miséria (FEM) e uma tributação mais justa sobre heranças (ITCD), seria possível financiar programas de transferência de renda que impactem de forma significativa a miséria e a desigualdade no estado.

Conheça o JOTA PRO Poder, plataforma de monitoramento que oferece transparência e previsibilidade para empresas

A evolução da pobreza e pobreza extrema em MG

Sob essa ótica, a melhora dos índices de pobreza e extrema pobreza em Minas Gerais entre 2021 e 2024 reforçam a relevância dos programas de transferência de renda como instrumentos essenciais para a transformação de tal realidade.

Nesse período, como demonstra o Gráfico 1, o percentual de pessoas em situação de pobreza caiu de 19,7% para 13,9% — o menor patamar da série histórica — impulsionado pela retomada econômica e pela ampliação das políticas sociais. Já a extrema pobreza, que havia aumentado de forma expressiva em 2021 com o fim abrupto do auxílio emergencial, recuou de quase 9% para 5,1% em 2023, estabilizando-se em 2024.

Gráfico 1: Evolução da pobreza e pobreza extrema em Minas Gerais

Fonte: PNAD Contínua (2012-2024)

Programas de transferência estadual

Diante desse cenário, com base nos microdados da PNAD Contínua, o estudo elaborou simulações de programas estaduais de transferência de renda, apresentadas na Tabela 1, como estratégias para enfrentar a pobreza e extrema pobreza ainda existentes no estado.

Esses programas consideram como parâmetros centrais a vulnerabilidade dos grupos sociais mais afetados — sobretudo mulheres, negros e crianças —, a composição domiciliar, com atenção especial às famílias com maior número de crianças, e a necessidade de equilibrar a focalização do público-alvo e o valor dos benefícios com a sustentabilidade fiscal.

O objetivo é demonstrar que é possível ao Estado intervir de forma significativa, promovendo efetividade social, justiça distributiva e viabilidade orçamentária.

Tabela 1: Programas propostos

Programas Proposto
Fonte: Observatório das Desigualdades

Impactos dos diferentes programas

Após a redistribuição de renda, observa-se um impacto expressivo das transferências sobre os índices de pobreza e extrema pobreza. A taxa de pobreza cai de 18,11% até 12,64% (a depender do programa a ser utilizado), enquanto a extrema pobreza se reduz de 5,07% até 2,06%. O estudo evidencia, assim, o potencial das transferências no enfrentamento dessa realidade, ressaltando a importância de comparar os efeitos entre os diferentes programas simulados.

A diferença entre o Programa 4 e o Programa 5 (o mais generosos e abrangentes), por exemplo, supera 15% e representa a saída de mais de 80 mil pessoas da condição de extrema pobreza. O Programa 5, que prevê a transferência de R$ 300 por domicílio acrescidos de R$ 150 por criança — em domicílios pobres e extremamente pobres —, apresenta impacto ainda mais significativo, reduzindo a extrema pobreza em cerca de 3 pontos percentuais e retirando mais de 500 mil pessoas dessa situação em Minas Gerais.

Outro ponto importante abordado pela simulação é o impacto da redistribuição sobre o recorte de gênero e raça, o Gráfico 2 evidencia que a extrema pobreza em Minas Gerais é fortemente marcada por desigualdades dessa natureza. No cenário sem programas, mulheres negras (13,61%) e homens negros (11,52%) apresentam taxas muito mais altas que homens brancos (6,80%) e mulheres brancas (7,51%).

As políticas sociais atualmente vigentes reduzem significativamente essas taxas — mais de 7 p.p. para mulheres negras e cerca de 6 p.p. para homens negros —, mas sem alterar a hierarquia de vulnerabilidade.

Nos cenários simulados, a redução da extrema pobreza aumenta conforme o valor e a abrangência dos programas, sendo o Programa 5 o mais efetivo, reduzindo as taxas para cerca de 2% entre mulheres negras e abaixo de 1,5% entre mulheres brancas. Nesse contexto, tais políticas são fundamentais para a diminuição da desigualdade interseccional, mas insuficiente para eliminar completamente a marginalização histórica a qual tais grupos foram submetidos.

Gráfico 2: Desigualdades na taxa de extrema pobreza

Fonte: Observatório das Desigualdades

Sob essa ótica, o combate à pobreza infantil, crucial para o desenvolvimento social, também foi levado em consideração. Em Minas Gerais, 2024, os dados mostram o forte impacto das políticas sociais: sem programas, 811 mil crianças (19,67%) estariam em pobreza extrema, mas os programas atuais já reduzem esse número para 435 mil (11,54%), retirando quase 380 mil da condição.

As simulações indicam que programas adicionais ampliam ainda mais os efeitos, como mostra o Gráfico 3. O Programa 1 corta o contingente quase pela metade em relação ao cenário atual, chegando a 227 mil crianças (5,51%), resultado muito próximo ao Programa 2 (233 mil – 5,42%). Com políticas mais robustas, os índices continuam caindo: 203 mil (4,94%) no Programa 3, 170 mil (4,12%) no Programa 4, até o impacto máximo do Programa 5, que reduziria a pobreza extrema infantil para 129 mil crianças, apenas 3,15% do total.

Gráfico 3: Número de crianças extremamente pobres e taxa de extrema pobreza entre crianças em cada um dos cenários, 2024 (MG)

Número de crianças extremamente pobres e taxa de extrema pobreza entre crianças em cada um dos cenários - 2024 (MG)
Fonte: Observatório das Desigualdades

Mas quanto custaria para Minas Gerais?

O estudo indica que os custos anuais dos programas de transferência de renda variam entre R$ 1,4 bilhão e 7,2 bilhões. Apesar de parecerem elevados, esses valores correspondem a  de 1,4% a 7,4% das despesas totais de Minas Gerais em 2024, mostrando que, ainda que sejam valores significativos, é plenamente viável destinar uma parcela maior, % do orçamento estadual para tirar milhares de pessoas da pobreza e da extrema pobreza.

Além disso, os programas não se limitam ao combate à miséria: atuam como multiplicadores econômicos, com cada R$ 1 transferido potencialmente gerando R$ 1,61 no PIB estadual, o que poderia resultar em até R$ 11,6 bilhões adicionais à economia e aumentar de forma indireta a arrecadação do estado. 

Viabilidade orçamentária

Uma vez estimados os valores necessários para financiar os programas de transferência de renda, surge a questão de onde Minas Gerais poderia obter os recursos para viabilizar esses investimentos? Duas fontes principais se destacam.

A primeira fonte é o Fundo de Erradicação da Miséria (FEM), criado em 2011 com o objetivo de financiar políticas de combate à pobreza e à desigualdade. O fundo é abastecido por um adicional de 2% sobre o ICMS de produtos supérfluos. No entanto, uma parcela significativa dos recursos arrecadados não chega ao FEM ou é desviada para custeio de despesas rotineiras do Estado, sem seguir uma estratégia sistemática de enfrentamento à pobreza.

Estima-se que, em 2024, o fundo deixou de receber cerca de R$ 388 milhões. Logo, argumenta-se que a aplicação plena e direcionada desses recursos poderia financiar as políticas de transferência de renda em Minas Gerais.

A segunda alternativa é a alteração da tributação sobre heranças e doações, por meio do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD). Nesse sentido, Minas Gerais atualmente aplica uma alíquota única de 5%, inferior ao limite máximo permitido de 8%, sem critérios de progressividade. Considerando que a maior parte da arrecadação concentra-se nos contribuintes mais ricos, a adoção de alíquotas progressivas permitiria captar recursos adicionais significativos promovendo a justiça tributária.

Três estratégias principais foram avaliadas no que se refere ao aumento da progressividade do ITCD. Sendo elas, a aplicação de alíquotas progressivas dentro dos limites atuais da Constituição, com 5% para os primeiros decis e 8% para os dois últimos. A adoção da alíquota máxima média de 30%, usada em países da OCDE, para todos os decis. E uma estrutura progressiva inspirada no Japão, com alíquotas de 10% a 55% do primeiro ao último decil.

O cenário que respeita a legislação vigente permitiria aumentar a arrecadação em mais de R$ 1 bilhão, enquanto os outros dois cenários indicam potencial de arrecadação ainda maior, superior a R$ 12 bilhões e R$ 21 bilhões como demonstra a Tabela 2.

Tabela 2: Valor arrecadado em cada um dos cenários e a diferença do valor atual, 2024 (MG)

Valor arrecadado em cada um dos cenários e a diferença do valor atual - 2024
Fonte: Observatório das Desigualdades

Em suma, Minas Gerais dispõe de instrumentos legais e fiscais que, se utilizados de forma estratégica, poderiam ser convertidos em programas de transferência de renda eficazes, demonstrando que limitações financeiras não representam um obstáculo intransponível. Dessa forma, a questão central deixa de ser a viabilidade técnica ou financeira e passa a ser a decisão política necessária para transformar esse potencial em resultados concretos e efetivos para a população.


COSTA, Bruno Lazzarotti Diniz; BRANDÃO, Lucas Augusto de Lima; LACERDA, Miguel Coelho de. Nota Técnica 8 – Minas sem Miséria: Alternativas, Custos e Financiamento de uma Política Estadual de Enfrentamento à Pobreza. Observatório das Desigualdades Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, ago. 2025. Disponível em: https://observatoriodesigualdades.fjp.mg.gov.br/wp-content/uploads/2025/08/NOTA-TECNICA-8.pdf Acesso em: 01 set. 2025

You Might Also Like

Guerra do tráfico obriga cerca de 30 famílias a abandonar suas casas: ‘Teve gente que saiu sem levar nada’

Sálvio Spínola responde por que profissionalização da arbitragem é urgente 

SEM SOM ALTO: PM apreende veículos e equipamentos de ‘paredão’ ao redor da Bahia

Sálvio Spínola relembra jornada enquanto árbitro: “Não desejo para ninguém” 

Igreja evangélica pega fogo na Cidade Estrutural

Compartilhe esse artigo
Facebook Twitter Email Print
Deixe um comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga o Portal Nação

Nas redes Sociais
FacebookLike
TwitterSiga nas redes
YoutubeSubscribe
TelegramSiga nas redes

Newsletter semanal

Assine nossa newsletter para receber nossos artigos mais recentes instantaneamente!

Notícias populares
outros

Gigante europeu demite sete jogadores por Whatsapp, diz jornal 

1 de julho de 2025
Criança viraliza cantando ‘pagode obsceno’ em bar de Salvador e web detona; veja vídeo
Veja como fica a tabela do IR com a isenção de até R$ 5 mil 
Projeto da Rede D’Or inova no enfrentamento de novas doenças
Basf vende Suvinil para americana Sherwin-Williams por R$ 6,5 bilhões 
- Publicidade -
Ad imageAd image
  • Avisos legais
  • Política de privacidade
  • Gerenciamento de Cookies
  • Termos e condições
  • Parceiros

Todas as últimas notícias do Portal Nação direto na sua caixa de entrada

Aqui no Portal Nação, acreditamos em criar os melhores produtos para a indústria que cruzam o melhor design de software, experiência do usuário e funcionalidade.

Nosso site armazena cookies no seu computador. Eles nos permitem lembrar de você e ajudam a personalizar sua experiência em nosso site.
Leia nossa política de privacidade para maiores infromações.

Copyright © 2023-2024 Portal Nação | Todos os Direitos Reservados

Orgulhosamente ❤️ por HubCloud © 2024. Todos os Direitos Reservados
Welcome Back!

Sign in to your account

Lost your password?