Analista da CNN atribui ausência do líder chinês a constrangimento causado por jantar oficial de Lula com primeiro-ministro indiano Internacional, BRICS, China, geopolítica, internacional, Lula, Xi Jinping CNN Brasil
A Cúpula do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, sofreu um importante desfalque este ano. Xi Jinping, líder chinês, confirmou que não participará do encontro, marcando sua primeira ausência desde que assumiu a presidência da China em 2013.
Segundo análise de Lourival Sant’Anna, especialista em assuntos internacionais da CNN, a decisão de Xi Jinping estaria diretamente relacionada a um gesto diplomático de Luiz Inácio Lula da Silva. O analista afirma: “A não vinda do Xi Jinping foi causada pelo presidente Lula. O presidente Lula convidou o primeiro ministro da Índia, Narendra Modi, para um jantar oficial de Estado”.
Tensões diplomáticas e geopolíticas
Sant’Anna explica que, em reuniões de cúpulas multilaterais, destacar um líder para um tratamento especial por parte do anfitrião gera constrangimento nos outros participantes. A situação se agrava considerando que China e Índia são adversários geopolíticos, com disputas territoriais e de influência regional.
“O Xi Jinping não aceitaria ir a uma reunião de cúpula na qual ele tivesse um tratamento inferior a qualquer outro líder, mas ainda a um país com quem ele tem disputas territoriais e uma disputa por influência geopolítica”, pondera o analista.
Ausência de Putin e implicações legais
Além da ausência de Xi Jinping, outro líder que não comparecerá à cúpula é Vladimir Putin. Sant’Anna comenta que, apesar da insistência de Lula para que o presidente russo viesse, Putin “talvez acredite mais nas instituições brasileiras do que o presidente Lula”.
O analista esclarece: “Pela lei brasileira, pela constituição, o Brasil teria que prender o Putin se ele viesse aqui, porque ele mandou sequestrar milhares de crianças ucranianas que estão separadas de suas famílias”.
As ausências destes líderes importantes levantam questões sobre o futuro e a eficácia do BRICS como bloco econômico e político, bem como sobre os desafios diplomáticos enfrentados pelo Brasil ao sediar eventos internacionais de tal magnitude.
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