Crise causa pela detecção de gripe aviária no país levantou debate da posição do agronegócio do país, bem-visto pelos agentes
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Em meio à crise causada pela detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) — conhecida por gripe aviária — em uma granja de aves comerciais pela 1ª vez, no Rio Grande do Sul, a credibilidade do agronegócio brasileiro pode ficar arranhada.
Em análise ao CNN Money nesta sexta-feira (16), a analista de economia Thais Herédia afirmou que o Brasil é visto como referência no cumprimento dos protocolos e regras para a produção de carne e frango.
“Conversei com produtores e representantes das associações, e há um reconhecimento de que a burocracia pública do agronegócio brasileiro funciona muito bem. O Brasil é, inclusive, respeitado por isso, independente do governo que está”, disse Herédia.
A analista ainda pontuou que a comunicação e roteiro de ações funciona, e que o Brasil tem muita credibilidade.
O Rio Grande do Sul é o terceiro estado do Brasil que mais exporta carnes de frango, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). No ano passado, suas vendas ao exterior totalizaram US$ 1,2 bilhão, ficando atrás somente de Paraná (US$ 3,9 bilhões) e Santa Catarina (US$ 1,9 bilhão).
E após o registro de um caso de gripe aviária na cidade de Montenegro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) decidiu suspender as exportações de carnes de frango do estado. Quase 17 mil aves morreram devido à infecção.
Thais Herédia destaca que não é só o Brasil que passa por essa crise, a qual acontece com pouca frequência em território brasileiro. Atualmente, os Estados Unidos convivem com essa doença e essa pode ser uma nova realidade no mundo.
Herédia ainda destacou a suspensão automática e da forma de autoembargo pela União Europeia, prevista no protocolo de exportação de frango acordado entre o Brasil e o bloco europeu.
De acordo com a analista, era questão de tempo para um caso dessa magnitude acontecer, já que havia um alerta desde 2023, quando surgiu a gripe aviária no litoral do Espírito Santo.
“A lógica é encontrar uma forma de gestão para que não haja um choque de oferta no mundo inteiro”, disse Herédia.
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