Conselho de Administração analisa pedido de empréstimo junto a bancos públicos e privados com aval do Tesouro Nacional para garantir sustentabilidade em 2025 e 2026; análise é de Thais Herédia no CNN Prime Time Macroeconomia, -transcricao-de-videos-, economia, Governo Federal, Mercado CNN Brasil
A discussão sobre a privatização dos Correios, que havia avançado com um modelo aprovado pela Câmara dos Deputados e posteriormente estacionado no Senado, está atualmente paralisada pelo governo Lula (PT). A análise é de Thais Herédia, no CNN Prime Time.
“Um modelo de privatização com um setor bem regulado daria segurança para que o serviço postal continuasse universal e, ao mesmo tempo, tiraria o bolso do brasileiro do risco”, avaliou Herédia, acrescentando que os brasileiros acabarão pagando a conta da má gestão da estatal.
Segundo a analista, o governo Lula, o Ministério da Fazenda e a própria gestão dos Correios atribuem a crise atual à administração anterior. Herédia ressaltou que o tema envolve complexidades específicas do cenário brasileiro, especialmente diante da necessidade de manter o serviço postal universal em um país de dimensões continentais.
Os Correios vivem um momento crucial em sua trajetória financeira e avaliam um financiamento de R$ 20 bilhões junto a instituições bancárias públicas e privadas. A operação, que será analisada pelo Conselho de Administração da empresa, conta com o aval do Tesouro Nacional e busca garantir a sustentabilidade da estatal nos próximos anos.
A situação financeira reflete desafios estruturais acumulados. Entre os fatores apontados para as dificuldades está o impacto da elevação da taxa de importação sobre produtos internacionais, que teria contribuído para o aumento dos prejuízos da companhia.
O plano de reestruturação em estudo prevê medidas como um programa de demissão voluntária e alterações no plano de saúde dos funcionários. No entanto, há dúvidas sobre a eficácia dessas ações para evitar novas crises, uma vez que ajustes pontuais podem não ser suficientes para garantir a sustentabilidade da estatal a longo prazo.
A questão central permanece: como assegurar eficiência na prestação dos serviços postais essenciais à população brasileira, seja por meio da gestão estatal ou de uma eventual privatização com regulação adequada. O debate sobre o futuro dos Correios segue em aberto — especialmente diante do volume expressivo de recursos públicos necessários para sua manutenção.