Jana Nelson, ex-subsecretária de Defesa dos EUA, analisa a tensão nas relações bilaterais entre Brasília e Washington Internacional, -transcricao-de-videos-, Comércio exterior, Estados Unidos, Jair Bolsonaro, Política internacional CNN Brasil
A representação diplomática dos Estados Unidos no Brasil manifestou-se criticamente sobre a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal.
A embaixada americana classificou a decisão como “mais um capítulo do complexo de perseguição e censura” e acusou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de violar direitos humanos.
Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos EUA, fez duras críticas ao processo, afirmando que Moraes “desmantelou o Estado de direito” e levou as relações entre Brasília e Washington ao “ponto mais sombrio em dois séculos”.
Em suas declarações, os EUA condenaram o que chamaram de “uso da lei como arma política”.
Possíveis sanções
Especialistas apontam três cenários possíveis de retaliação por parte dos Estados Unidos:
- novas sanções de visto, impedindo a entrada de brasileiros em território americano;
- ampliação das sanções financeiras, até agora aplicadas apenas a Moraes;
- e a imposição mais rigorosa da implementação dessas sanções financeiras pelos bancos.
O governo brasileiro mantém uma postura de cautela diante das ameaças. Fontes diplomáticas indicam que não há perspectiva de negociação no curto prazo, uma vez que as autoridades americanas condicionam o diálogo à situação jurídica de Bolsonaro.
A tensão diplomática tem reflexos também no campo econômico. Embora existam canais de negociação comercial ainda ativos, como afirma o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o progresso nas tratativas é descrito como extremamente lento.
A avaliação corrente é que, apesar das questões comerciais em pauta, o componente político se tornou o principal obstáculo para o avanço das relações bilaterais.