Em entrevista à CNN, o presidente do Brasil manteve discurso doméstico e perdeu chance de estabelecer ponte diplomática com o líder americano em meio à disputa comercial Política, -transcricao-de-videos-, Donald Trump, Estados Unidos, Governo Lula, tarifaço CNN Brasil
Em uma análise da recente entrevista concedida por Lula à CNN, especialistas apontam que o brasileiro desperdiçou uma oportunidade estratégica para estabelecer um canal de diálogo com Donald Trump, em um momento crucial para as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Durante a entrevista, Lula optou por manter um tom similar ao que utiliza em seus discursos domésticos, afirmando que “Trump não foi eleito para ser imperador do mundo” e que “não aceita nada imposto”, declarações que podem ter prejudicado ainda mais a já delicada relação entre os dois países.
Frentes de negociação
Apesar do impasse na comunicação entre os líderes, diversas iniciativas estão em andamento para resolver as tensões comerciais. O vice-presidente Geraldo Alckmin coordena ações junto ao empresariado, buscando estabelecer contatos com seus pares norte-americanos.
Paralelamente, uma comitiva do Senado brasileiro planeja visitar o Capitólio para dialogar com parlamentares americanos.
A ausência de uma relação positiva entre Lula e Trump contrasta com os laços que o brasileiro manteve com outros líderes republicanos no passado, como George W. Bush, além de sua boa relação com Barack Obama.
O momento atual exigia uma abordagem mais diplomática, considerando o papel de Lula como articulador principal das negociações em curso.
Conhecido por sua capacidade de negociação desde os tempos de sindicalista, Lula costumava adotar uma estratégia que combinava discursos enfáticos para sua base com negociações pragmáticas nos bastidores.
No entanto, na atual conjuntura, sua postura mais afrontosa na entrevista pode ter criado obstáculos adicionais para as negociações comerciais entre os dois países.