Analista da CNN avalia que aplicação da medida pode ter impactos significativos na economia brasileira, pressionando inflação e taxa de juros Macroeconomia, -transcricao-de-videos-, CNN Brasil Money, economia, Estados Unidos, Mercado Financeiro CNN Brasil
O governo brasileiro estuda a aplicação da Lei da Reciprocidade em resposta às taxações anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Segundo o analista de economia da CNN, Victor Irajá, o mercado financeiro teme os possíveis impactos econômicos dessa medida.
A Lei da Reciprocidade, que ainda demanda um decreto a ser providenciado pelo Palácio do Planalto, está sendo tratada como uma “arma na retórica” pelo governo brasileiro. Lula afirmou que qualquer ação só será tomada se Trump de fato apresentar a taxação de 50% sobre produtos brasileiros.
Impactos econômicos preocupantes
A Lei de Reciprocidade poderia ter consequências significativas para a economia interna do Brasil. Entre os efeitos mais imediatos, o analista aponta:
- Alta do câmbio, pressionando a inflação;
- Possível manutenção de taxas de juros elevadas por mais tempo;
- Aumento nos custos de maquinário para a indústria e o agronegócio;
- Pressão inflacionária em produtos químicos e combustíveis.
O analista ressalta que a importação de máquinas e equipamentos de transporte dos EUA representou cerca de 15,5 bilhões de dólares em 2024, segundo o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços. Qualquer aumento nas tarifas desses produtos poderia ser rapidamente repassado aos consumidores.
Escalada de tensões comerciais
Trump deixou claro em sua carta a Lula que, se houver qualquer medida retaliatória por parte do Brasil, os EUA elevariam suas tarifas proporcionalmente. Isso poderia levar a uma escalada nas tensões comerciais, potencialmente chegando a tarifas de 100% que praticamente inviabilizariam o comércio entre os dois países.
O governo brasileiro também estuda medidas não tarifárias, como ações envolvendo a proteção de patentes. No entanto, Irajá enfatiza que o caminho da negociação seria o mais adequado, embora complexo devido à natureza política, e não técnica, das demandas de Trump.
A situação permanece delicada, com o mercado atento aos próximos passos do governo brasileiro e seus possíveis impactos na economia nacional.