Análise de Thais Herédia, no CNN Prime Time, aponta alívio com rejeição da medida, que poderia gerar riscos ao Tesouro Nacional, mas preocupação com déficit nas contas públicas aumenta Macroeconomia, -transcricao-de-videos-, economia, Governo Federal, Mercado Financeiro CNN Brasil
A rejeição da MP (Medida Provisória) do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pelo Congresso Nacional criou um cenário desafiador para o equilíbrio das contas públicas em 2026. Segundo a analista de Economia da CNN Thais Herédia, no CNN Prime Time, alguns especialistas apontam que, embora a não aprovação da MP tenha evitado possíveis riscos ao Tesouro Nacional, o governo precisará encontrar alternativas para compensar a perda de arrecadação.
“Há alívio pelo risco grande de financiamento e rolagem da dívida pública, mas existe preocupação com esse buraco que surgiu”, disse Herédia.
A MP alternativa do IOF, que originalmente garantiria R$ 20 bilhões em 2026, teve seu valor reduzido para R$ 17 bilhões após alterações no texto pelo relator, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Segundo Herédia, mesmo antes da rejeição da medida, economistas já indicavam um déficit entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões nas contas públicas.
Alternativas para compensação
Entre as possíveis soluções para aumentar a receita, destacam-se:
- Elevação do IOF para operações de câmbio, que atualmente está em 3,5% e já chegou a 6% em períodos anteriores;
- Antecipação de receitas do petróleo;
- Dividendos das estatais;
- E renegociação de dívidas tributárias com maiores descontos.
O cenário se mostra ainda mais complexo devido à meta de superávit estabelecida para 2026, que já enfrentava dificuldades para ser alcançada. O governo dispõe de instrumentos como o bloqueio de despesas quando o limite dos gastos é atingido, e o contingenciamento em caso de queda na receita.
A situação é agravada pela avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o uso da meta de superávit, considerando que as receitas estão superestimadas devido à projeção otimista de crescimento econômico para o próximo ano. Analistas do mercado financeiro indicam que uma revisão da meta fiscal para 2026 será inevitável.