O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (16/7) dados preliminares da vacinação no país. A pasta apontou aumento de cobertura em 15 das 16 vacinas ofertadas, com exceção da primeira dose contra a poliomielite, que permanece no mesmo patamar. A cobertura vacinal contra a varicela (catapora), entretanto, segue com o pior índice, alcançando apenas 67,59% do público-alvo nos primeiros quatro meses deste ano. Esta vacina também foi a única com redução da cobertura vacinal entre 2022 e 2024, encolhendo 1% ao término do período.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem duas recomendações contra a catapora: pode-se aplicar a vacina tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) ou a tríplice viral com varicela monovalente.
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A Saúde, entretanto, segue com problemas para manter a regularidade no fornecimento das duas opções com varicela. O ministro Alexandre Padilha atribuiu a retração à dificuldade de compra destes imunizantes.
Os efeitos da oscilação nos estoques podem ser observados na diferença da cobertura vacinal entre a primeira dose de tríplice viral, que alcançou 91,8% do público-alvo até abril deste ano. O índice está 24 pontos percentuais acima da varicela monovalente, que deveria ser aplicada em conjunto.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o problema no fornecimento foi arrefecido depois que o ministério fechou acordo com o laboratório Sinovac para entrega de vacinas monovalentes contra a catapora. Este é o quarto fornecedor contratado pelo Brasil para ofertar o imunizante.
O ministro disse também ter interesse em aumentar a produção da varicela monovalente ou da vacina tetraviral através de parcerias público privadas com laboratórios brasileiros ou internacionais. Entretanto, de acordo com ele, nenhuma proposta neste sentido foi apresentada pelos fabricantes até o momento.
Padilha ressaltou ainda que o resgate das crianças que não receberam qualquer um dos imunizantes na idade correta é feito através das campanhas de atualização da caderneta e em iniciativas como a vacinação nas escolas. De acordo com o balanço, foram aplicadas mais de 1 milhão de doses pelo programa Saúde na Escola no primeiro semestre deste ano. A ação em ambiente escolar foi realizada em mais de 4 mil municípios.
Bloqueio contra sarampo
O Ministério da Saúde também informou que realiza, ao longo desta semana, uma estratégia de reforço da vacinação contra o sarampo no município de Brasiléia (Acre), na fronteira com a Bolívia. A ideia é evitar a importação de casos da doença, além de reduzir a possibilidade de surtos nas regiões de divisas. A pasta realiza a campanha de Dia D no Acre entre esta quarta e quinta-feira (17/7). Outras ações para regiões de fronteira estão programadas para o segundo semestre.
Países que menos vacinam
Nesta semana, um relatório publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) incluiu novamente o Brasil na lista de países com maior número de crianças não vacinadas no mundo. O levantamento considera a vacina DPT (contra difteria, tétano e coqueluche) como marcador de acesso a outros imunizantes.
Segundo os dados do Unicef, em 2024, 229 mil crianças brasileiras não haviam recebido nenhuma dose dessa vacina. Ainda segundo o levantamento, a primeira dose de DPT foi ofertada, no ano passado, para 2,3 milhões de crianças no Brasil através da formulação pentavalente, que inclui hepatite B e haemophilus influenza tipo b.