Manifestantes foram às ruas de La Paz na sexta-feira (17) em defesa do ex-presidente, que quer se candidatar ao cargo mais uma vez
Este conteúdo foi originalmente publicado em Apoiadores exigem que Evo Morales seja autorizado a competir em eleições no site CNN Brasil. Internacional, América do Sul, América Latina, Bolívia, Evo Morales CNN Brasil
Apoiadores do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, marcharam em La Paz na sexta-feira (17) para exigir que o ex-presidente tenha permissão para se registrar como candidato às eleições presidenciais de 17 de agosto, apesar das decisões do Tribunal Constitucional que o impedem de fazê-lo.
Os manifestantes marcharam pelas ruas da cidade gritando slogans como “Somos todos Evo” e “Evo não está sozinho”.
Durante o protesto, houve alguns confrontos entre os participantes e a polícia, nos quais os agentes dispararam gás lacrimogêneo. De acordo com uma reportagem da AP, dois policiais, um jornalista e um comerciante local ficaram feridos.
Em resposta a esses eventos, Morales e o governo trocaram acusações. Por um lado, o ex-presidente disse em sua conta no X que seus apoiadores “foram brutalmente reprimidos”. Por outro lado, a vice-ministra das Comunicações, Gabriela Alcón, atribuiu a violência aos apoiadores de Morales, segundo declarações da Agência Boliviana de Notícias (ABI).
A CNN entrou em contato com o Ministério do Interior para solicitar mais informações sobre o que aconteceu – incluindo se alguém ficou ferido ou preso – e está aguardando uma resposta.
Na semana passada, durante um evento público, Morales anunciou a marcha desta sexta-feira para exigir que ele pudesse se registrar como candidato presidencial.
Disputa sobre a legalidade do registro
O ex-presidente defende sua aspiração de concorrer novamente à presidência, apesar da decisão do Tribunal Constitucional de que, desde 2024, nenhum governante pode buscar uma segunda reeleição, seja ela contínua ou descontínua. Na quarta-feira (14), o Supremo Tribunal Federal confirmou a decisão.
“Ficará registrado na história que o Tribunal Constitucional Plurinacional da Bolívia decidiu resolver uma questão que tem sido fonte de disputa política nos últimos anos, por meio de uma decisão constitucional plenamente fundamentada, em estrita observância aos princípios da Constituição Política do Estado”, disse o presidente do tribunal, Gonzalo Miguel Hurtado, naquele dia.
A CNN entrou em contato com o Tribunal para comentar o pedido de Morales para ser registrado como candidato e está aguardando uma resposta.
O prazo para registrar candidatos às eleições presidenciais termina à meia-noite desta segunda-feira. O Tribunal Superior Eleitoral anunciará a lista de candidatos qualificados por volta de 6 de junho, informou a ABI.
Em uma mensagem esta semana, o presidente Luis Arce anunciou que não buscará a reeleição e pediu que Morales faça o mesmo. O ex-presidente rejeitou o pedido.
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