Senador disse que a tramitação na Câmara serviu como instrumento de chantagem e de pressão contra o governo federal Política, Arthur Lira, Câmara, Imposto de Renda, Renan Calheiros, Senado CNN Brasil
O deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, pediu que não se faça “politicagem” com a proposta que isenta da cobrança do IR (Imposto de Renda) quem ganha até R$ 5.000.
A declaração se dá horas após críticas de Renan Calheiros (MDB-AL), escolhido relator da matéria no Senado, quanto à tramitação na Casa Baixa, que teve a relatoria de Lira.
“O texto, que está pronto, foi construído com muito trabalho e diálogo, inclusive com o governo, e aprovado na Câmara por unanimidade dentro do prazo. Que não se faça politicagem com um assunto tão relevante”, disse o deputado.
O anúncio da escolha de Calheiros como relator do texto no Senado foi feito pelo presidente Davi Alcolumbre (União-AP), em entrevista coletiva nesta terça-feira. Na ocasião, Calheiros afirmou que há um esforço para que a matéria não retorne à Câmara dos Deputados.
O ex-presidente do Senado disse ainda que a tramitação na Câmara serviu como instrumento de chantagem e de pressão contra o governo federal. Ele ainda classificou a tramitação na Casa como “atípica”.
“O Senado não vai abrir mão no cumprimento do seu papel, o que tiver que ser modificado vai ser modificado, sim. Nós vamos fazer tudo, no entanto, para que a matéria não volte para a Câmara dos Deputados, porque lá na Câmara ela serviu lamentavelmente como instrumento de chantagem e de pressão contra o governo e até sobre a pauta do Poder Legislativo”, destacou.
A tramitação do IR, vale lembrar, rivalizou Calheiros e Lira, dois fortes nomes da política alagoana.
Em meio às negociações quanto ao projeto enviado pelo governo à Câmara, a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, que é presidida por Calheiros, aprovou o projeto de lei que isenta do IR para quem recebe até R$ 4.990,00 mensais.
A matéria, aprovada em caráter terminativo, seguiu direto para análise da Câmara. O gesto foi interpretado como uma estratégia de pressão para destravar a tramitação na Casa Baixa.

