Batizado de “chubby filter”, a ferramenta alterava o físico do usuário, enquanto a música “Anxiety” da rapper e cantora Doechii tocava
Este conteúdo foi originalmente publicado em Após polêmica, TikTok remove filtro que deixava usuários mais gordos no site CNN Brasil. Tecnologia, Filtro, TikTok CNN Brasil
O TikTok removeu um filtro controverso que permitia aos usuários alterar fotos para que parecessem mais gordos.
Cada vídeo com filtro de IA no aplicativo segue o mesmo padrão. Começa com uma foto não editada do usuário — geralmente magro — antes que o “chubby filter” (algo como “filtro gordinho”) desça pela tela, alterando o físico, enquanto a música “Anxiety”, da rapper e cantora americana Doechii toca.
À medida que mais e mais desses vídeos apareciam, uma reação negativa se construiu por parte de usuários preocupados com uma mensagem implícita de vergonha corporal. As pessoas começaram a comentar sobre os conteúdos virais. “Essa tendência tem código de garota malvada”, escreveu um usuário na rede, recebendo mais de 5 mil curtidas na mensagem.
A TikToker Sadie Bass (@sadiebass16) disse em um vídeo: “Imagine que você está apenas tentando existir neste aplicativo e vê milhares de pessoas usando um filtro de IA para ter um corpo que se parece com o seu corpo, envergonhando-o e todos os comentários sendo tipo ‘uh, imagine’. Muitas pessoas podem imaginar.”
Luna, que tem um aplicativo de saúde e bem-estar para adolescentes, também criticou o filtro por promover “vergonha corporal e padrões de beleza não saudáveis”.
A CNN entrou em contato com o TikTok para comentar. A empresa disse à BBC que removeu o filtro de seu aplicativo e que estava revisando os vídeos que apresentavam o filtro, tornando-os inelegíveis para recomendação e bloqueando-os de contas de adolescentes. O TikTok acrescentou que o filtro foi carregado por uma empresa chamada CapCut, que é uma entidade separada, mas tem a mesma empresa controladora, a ByteDance.
Uma busca na manhã desta segunda-feira (24) por “chubby filter” não trouxe resultados no aplicativo para celular. No entanto, uma busca na versão para desktop ainda mostrou algum conteúdo.
Na rede, há centenas de filtros, e muitos inofensivos – como por exemplo, adicionar orelhas de coelho ou focinho de cachorro ao rosto. Outros, de beleza, têm sido amplamente criticados como prejudiciais à autoestima dos usuários. Um desses filtros suaviza as rugas, supostamente devolvendo os internautas à sua adolescência, mas potencialmente reforçando estereótipos de beleza etaristas. O filtro gordinho, dizem os críticos, reforça a conexão amplamente percebida entre beleza e magreza.
Uma TikToker que posta sob o nome de SaffsStuff criticou o filtro em um vídeo que recebeu mais de 100.000 visualizações: “Não acho engraçado, não acho leve. Acho que faz parte desse problema maior da cultura da dieta e da heroína chique realmente se tornando uma tendência adequada nas redes sociais no momento”.
Um estudo de 2019 ligou o uso de filtros de mídia social a uma maior aceitação da cirurgia estética, enquanto pesquisadores da Harvard Business Review descobriram, em 2021, que pessoas com alta confiança em sua aparência podem realmente ficar mais perturbadas ao ver “melhorias” em seu rosto do que aquelas que já tinham inseguranças.
O TikTok anunciou em novembro passado que crianças menores de 18 anos não teriam mais acesso a filtros de beleza, após um relatório encomendado que investigou o impacto desses efeitos em jovens.
TikTok é a rede social mais usada por crianças e adolescentes de 9 a 17 anos
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