A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (20/8), aponta nova recuperação na popularidade do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pelo segundo mês seguido, a aprovação cresce e a desaprovação recua, em um cenário de incerteza internacional marcado pelo embate com o presidente americano Donald Trump e pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
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Internamente, o ambiente também ajuda: a queda da inflação dos alimentos e a melhora na percepção da economia fortalecem as decisões do governo Lula. Oscilações pequenas (dois ou três pontos) são estatisticamente modestas, mas politicamente relevantes ao consolidar a narrativa de retomada.
O levantamento tem robustez: foram 12.150 entrevistas presenciais entre os dias 13 e 17 de agosto. O levantamento abrange, além da avaliação nacional, a opinião dos eleitores em oito estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia e Pernambuco.
Aprovação sobe, desaprovação cai
A desaprovação ao governo Lula caiu de 53% para 51%, enquanto a aprovação subiu de 43% para 46%. O saldo líquido melhora em 5 pontos em um mês e 12 pontos em dois meses. A avaliação geral do governo também evoluiu: 39% classificam o governo como ruim ou péssimo (ante 40%), 31% como bom ou ótimo (eram 28%) e 27% como regular (contra 28%).
A recuperação da aprovação de Lula se reflete por vários segmentos do eleitorado, com destaque para sua base tradicional e para os que se declaram sem posição política. Entre as regiões, o maior salto ocorreu no Nordeste. A aprovação regional subiu de 53% para 60%, abrindo uma vantagem de 23 pontos sobre a desaprovação.
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Nos estados incluídos na pesquisa com amostras independentes, os números também mostraram virada: na Bahia, a aprovação passou de 47% para 60%, enquanto a rejeição caiu de 51% para 39%. Em Pernambuco, o movimento foi parecido, com alta de 49% para 62% e queda da desaprovação de 50% para 37%. Em ambos os casos, o empate técnico registrado no mês anterior deu lugar a uma vantagem clara para Lula.
Lula x Bolsonaro
A comparação direta voltou a favorecer o atual presidente. Hoje, 43% consideram Lula melhor, contra 40% em julho, enquanto os que o veem pior recuaram de 44% para 38%.
Entre eleitores sem posição política, a percepção também virou: 37% acham o governo Lula melhor, 32% igual e 27% pior. Já entre bolsonaristas, a rejeição permanece alta.
Economia em movimento
O avanço na aprovação é impulsionado pela melhora na percepção econômica. A fatia que viu os preços subirem caiu de 76% em julho para 60% em agosto. Já 20% dizem que os preços ficaram estáveis e 18% apontam queda, o que representa mais que o dobro do mês anterior. A percepção sobre o poder de compra também melhorou: caiu de 80% para 70% a parcela que se diz em pior situação do que há um ano. Para os próximos meses, o eleitorado está dividido: 40% acreditam em piora, e 40% em melhora.
O efeito Trump
O embate com Donald Trump já é amplamente conhecido pelos brasileiros: 84% dizem ter conhecimento, contra 60% em julho. A maioria também rejeita a postura do ex-presidente americano: para 71%, ele errou ao impor tarifas ao Brasil sob a justificativa de perseguição a Jair Bolsonaro.
O maior ganho de imagem com a crise ficou com Lula e o PT: 48% dos brasileiros consideram que eles estão agindo corretamente diante do episódio. Já 28% acreditam que Bolsonaro e seus aliados têm razão, enquanto 15% avaliam que nenhum dos lados está certo.
Nessa mesma linha, quase metade (49%) avalia que Lula age em defesa do Brasil, enquanto 41% o acusam de explorar a situação para autopromoção. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, enfrenta descrédito: 69% dizem que ele defende apenas os interesses da família, contra 23% que o veem agindo pelo país.
O que mais preocupa os brasileiros
Segurança e violência seguem como maior preocupação, passando de 24% para 26%.
Na sequência vêm problemas sociais (19%), questões econômicas (17%), corrupção, que caiu de 16% para 13%, e saúde, que manteve o mesmo índice (10%).