Quando mal utilizados ou com manutenção inadequada, o ar-condicionado pode agravar condições alérgicas como rinite, sinusite e bronquite ou desencadear crises de asma
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ar-condicionado pode prejudicar a respiração? Entenda essa relação no site CNN Brasil. Saúde, ar-condicionado, Doenças respiratórias CNN Brasil
O uso do ar-condicionado, seja no carro ou nos ambientes, é indispensável para muitos brasileiros, principalmente nos dias mais quentes e naquelas regiões onde as altas temperaturas são comuns. No entanto, o conforto térmico proporcionado pelo aparelho pode trazer riscos à saúde respiratória e o equipamento se tornar um vilão.
Isso porque quando mal utilizados ou com manutenção inadequada, o ar-condicionado pode agravar condições alérgicas como rinite, sinusite e bronquite ou desencadear crises de asma. Não é que o uso do aparelho em si faça mal, o principal problema está no acúmulo de poeira, ácaros e micro-organismos no filtro e nos dutos do ar-condicionado.
Quando a limpeza não é realizada regularmente, esses agentes são disseminados no ambiente, tornando-se gatilhos para crises alérgicas e inflamações das vias respiratórias.
“Pode provocar também a quadros graves de pneumonite de hipersensibilidade devido exposição a fungos. Pode provocar ressecamento das vias aéreas promovendo um ambiente de células lesadas e mais propícias a infecções respiratórias. Pode até gerar quadros mais graves como de pneumonia”, explica a pneumologista Ana Carolina Lima Resende, diretora da Sociedade Paulista de Pneumologia.
Mais fatores tornam o ar condicionado nocivo
Segundo especialistas, soma-se a isso o fato de que ambientes climatizados também tendem a ser mais secos, o que pode ressecar as mucosas do nariz e da garganta, reduzindo a barreira natural contra vírus e bactérias.
Outro fator relevante é a diferença brusca de temperatura entre ambientes internos e externos. Essa variação pode dificultar a adaptação do organismo, deixando as vias respiratórias mais suscetíveis a inflamações e infecções, como resfriados e gripes.
“A mudança brusca de temperatura e a diminuição da umidade do ar reduzem os mecanismos de defesa das vias respiratórias, aumentando o risco de infecções e de exacerbação das doenças respiratórias crônicas. Pode ocorrer ressecamento da pele e dos olhos”, acrescenta Jaquelina Ota Arakaki, pneumologista e diretora clínica do Hospital São Paulo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Como evitar problemas?
Para minimizar os riscos, é essencial realizar a manutenção periódica do ar-condicionado, respeitando as recomendações do fabricante, e garantir a limpeza frequente dos filtros. Além disso, o uso de umidificadores de ar ou recipientes com água pode ajudar a evitar o ressecamento do ambiente.
“Higienizando o aparelho periodicamente, a cada três meses, ou conforme recomendação do fabricante, já é suficiente para reduzir esse tipo de problema. Além disso, usar colírios umidificadores e fazer lavagem nasal com soro fisiológico também é indicado. E quando possível, evite as temperaturas extremas e uso prolongado do ar-condicionado”, acrescenta Jaquelina.
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