A peça foi saqueada do negociante judeu Jacques Goudstikker, de Amsterdã, durante a Segunda Guerra Mundial Internacional, Argentina, nazista, Segunda Guerra Mundial CNN Brasil
Autoridades argentinas disseram, nesta quinta-feira (4), que estão investigando a filha de um ex-oficial nazista e seu marido depois que uma operação recuperou uma pintura icônica que estava desaparecida há 80 anos.
A peça foi saqueada do negociante de arte Jacques Goudstikker, de Amsterdã, durante a Segunda Guerra Mundial e deve permanecer na Argentina enquanto os procedimentos para seu possível retorno à Holanda ou aos herdeiros do proprietário original começam.
Patricia Kadgien, filha do ex-oficial nazista da SS Friedrich Kadgien, e seu marido Juan Carlos Cortegoso, estão sob investigação por ocultação agravada, de acordo com autoridades, que realizaram buscas em diversas propriedades ligadas ao casal para encontrar as obras de arte desaparecidas.
Uma busca intensa pela obra-prima, um retrato da Condessa Colleoni, do artista italiano Giuseppe Ghislandi, teve início após a descoberta da obra em uma foto de um anúncio imobiliário de uma casa na cidade costeira de Mar del Plata, de propriedade de Patricia Kadgien.
As autoridades anunciaram na quarta-feira (3) que recuperaram a pintura.
Um juiz argentino suspendeu a prisão domiciliar do casal, mas impôs uma proibição de viagem de 180 dias, ordenando que entregassem seus passaportes, e os impediu de sair de casa por mais de 24 horas sem a aprovação do tribunal.
O promotor disse que o casal tentou obstruir a investigação removendo o anúncio imobiliário online, removendo uma placa de “À venda” e substituindo a pintura por uma tapeçaria antes de uma batida policial.
O advogado de defesa Carlos Murias negou as acusações de ocultação, afirmando que seus clientes obedeceram integralmente e estavam dispostos a entregar a pintura. Ele rejeitou as alegações de obstrução, afirmando que a ação civil visava determinar a propriedade, não ocultar a obra.
Durante as buscas, os investigadores apreenderam gravuras, desenhos e duas pinturas do século XIX, disseram as autoridades. Se for determinado que essas obras foram saqueadas, poderão surgir mais acusações contra o casal.
O pai de Kadgien, Friedrich Kadgien, era um alto oficial nazista que fugiu para a Argentina após a guerra. Ele morreu em 1979.
A pintura será registrada na Suprema Corte da Argentina. Os promotores solicitaram que ela seja mantida no Museu do Holocausto de Buenos Aires, sem exposição pública, enquanto sua propriedade final é determinada.

