À CNN, artistas contam como o álbum “Club Ícarus” representa a superação, reconstrução e o poder da música para curar feridas — incluindo as delas na indústria da música Entretenimento, #CNNPop, Coreia do Sul, K-pop, K-Tudo CNN, Música CNN Brasil
Em entrevista à CNN, o grupo de K-pop ARTMS revelou que o álbum “Club Icarus”, lançado em junho, nasceu como um “santuário digital” para pessoas que carregam feridas invisíveis — aquelas que se sentem isoladas ou solitárias.
“Sempre que saímos em turnê, nossos fãs dizem: ‘A música de vocês me ajudou a superar a dor’, ‘Foi como se eu tivesse renascido’. É daí que tiramos nossa inspiração”, relata HaSeul, integrante do quinteto.
Formado por cinco ex-integrantes do LOONA, grupo que chegou ao fim em 2023 após diversas disputas judiciais com a antiga empresa, o ARTMS conquistou reconhecimento internacional em 2024 já no seu álbum de estreia. No mesmo ano, embarcou em uma turnê mundial que, sim, passou pelo Brasil.
A trajetória de HeeJin, Kim Lip, JinSoul, Choerry e HaSeul reflete a mensagem de Club Icarus: mesmo após a queda, é possível voltar a voar. A referência vem do conto grego de Ícaro, um jovem que tentou escapar do cativeiro com asas feitas de penas e cera, criadas por seu pai, que o aconselhou a não voar alto demais. Apesar dos avisos, Ícaro o desobedeceu. A cera derreteu com o calor do sol e ele caiu no mar.
Inspirado nesse mito, o álbum explora temas como libertação, autoconhecimento e a capacidade de reconstrução após a dor. É uma nova fase artística e pessoal para o ARTMS, que precisou se reinventar após os problemas com a antiga empresa.
“Embora não quiséssemos que isso acontecesse, tivemos que perder nosso antigo grupo”, lamenta HeeJin. “Essa experiência nos ajudou a ter empatia pelas lutas umas das outras. Apesar de tudo, nos unimos mais uma vez com a determinação de tentar novamente”.
Em setembro de 2024, o grupo veio ao Brasil pela primeira vez com a turnê Moonshot. Mas para HeeJin, o país já era familiar: ela morou aqui na infância, em São Paulo, no bairro Bom Retiro.
“Nossa família planejava viver lá para sempre, mas dois meses depois de nos mudarmos, tive um problema pessoal e voltamos para a Coreia”, contou a cantora.
Ainda assim, o carinho dela pelos brasileiros permaneceu, como diz Kim Lip: “Sempre que visito o Brasil, sinto como se estivesse visitando a casa da HeeJin”, brinca.
Confira a entrevista completa:
Queria começar falando sobre o conceito, porque é um “santuário digital para aqueles com asas escondidas”. Qual foi a inspiração específica por trás da criação de um álbum inteiro em torno dessa ideia?
HaSeul: Sempre que saímos em turnê, nossos fãs nos dizem: “A música de vocês me ajudou a passar pela dor.” “É como se eu tivesse renascido.” É daí que a gente tira a nossa inspiração.
E eu sinto que vocês estão dando um abraço caloroso nos fãs. Adoro como vocês os escutam tanto e estão lá por eles quando precisam. Mas e vocês? Quando passam por momentos difíceis, como lidam e encontram força?
JinSoul: Ultimamente, temos tido mais conversas entre as integrantes. Sempre que nos preocupamos com alguma coisa, compartilhamos isso entre os membros e damos conselhos umas para as outras, encontrando conforto. Já que estamos trabalhando na divulgação do álbum, compartilhamos feedbacks em aspectos de gravação e coreografia, tipo: “Pode parecer ou soar melhor se fizermos assim.” Ao fazer isso, buscamos o que melhor se adapta a cada membro e traz à tona sua força.
Isso é ótimo! Também queria falar sobre a trajetória de vocês no K-pop, porque já estão na indústria há bastante tempo. Como “Club Icarus” se conecta com essa experiência de vocês?
HeeJin: Porque ARTMS é o grupo com o qual fizemos uma reestreia. Embora não quiséssemos que isso acontecesse, tivemos que perder nosso antigo grupo. Essa experiência nos ajudou a ter empatia pelas lutas umas das outras. Apesar de tudo, nos unimos mais uma vez com a determinação de tentar novamente. É por isso que sinto que o mito de Ícaro ressoa com a nossa jornada como grupo. Essa também é a essência da mensagem que queremos compartilhar com nossos fãs: “Qualquer um pode enfrentar a dor e a queda, mas sempre podemos nos levantar novamente.”
Vocês passaram por muita coisa, e olhem onde estão agora! Adoro como esse álbum é sincero em relação a esses sentimentos. Ele realmente toca fundo por causa das emoções intensas que vocês viveram. Então, qual música ressoa mais profundamente no coração de vocês e por quê?
Kim Lip: Neste álbum, “Icarus” é a faixa que melhor representa quem o ARTMS é. Mas a faixa que realmente se aproxima do meu coração é provavelmente “BURN”, já que era a música em que estávamos trabalhando há 6 anos. Tanto nossos fãs quanto nós sentíamos algum arrependimento por não ter lançado essa música. Agradeço ao “Club Icarus” por finalmente conseguirmos compartilhá-la. Além disso, estávamos em turnê recentemente e essa faixa foi pré-lançada lá. Eu amei assistir nossos fãs se divertindo com isso.
HeeJin: Quando o ARTMS foi anunciado pela primeira vez, os teasers tinham um slogan que dizia “Verified Beauty”, que significa beleza comprovada. Acredito que as integrantes do grupo são tão impressionantes quanto deusas em mitologias. É por isso que é minha faixa favorita.
Quando falam dos fãs, vejo como as interações de vocês com eles são tão legais e eles são super apoiadores, como vocês mesmas disseram. Vocês debutaram novamente e eles estiveram com vocês em tudo. De que forma vocês mais gostam de interagir com os fãs? E quais momentos com eles significam mais para vocês?
Choerry: Para mim, são os momentos em que subo no palco ou me apresento em um show. Nesses momentos, parece que nos tornamos uma só, nos apoiando e torcendo umas pelas outras. Também me emociona muito ver os fãs apreciando nossa música. Esses são os momentos mais memoráveis.
E não podemos deixar de falar do show no Brasil, né? Foi uma loucura! Quero saber qual é a memória favorita de vocês com os OURII brasileiros e se experimentaram comida brasileira. Sei que a HeeJin já provou, mas e as outras integrantes?
Kim Lip: Primeiramente, sempre que visito o Brasil, sinto como se estivesse visitando a casa da HeeJin. Fico apegada. Além disso, os fãs no Brasil são cheios de energia e apaixonados. Eles me fazem feliz sempre que os visito.
Se eu tivesse que escolher uma coisa da qual me arrependo: HeeJin me disse que o açaí é do Brasil. Eu como tigelas de açaí com frequência, e embora ela tenha me indicado um restaurante, não tive tempo de ir. Prometo experimentar no próximo show no Brasil!
Vocês precisam voltar logo, porque já estamos com saudades! E queria saber: como foi a experiência da HeeJin morando no Brasil? Quanto tempo você ficou? Em qual cidade?
HeeJin: Morei no Bom Retiro, em São Paulo. Nossa família planejava viver lá para sempre, mas dois meses depois de nos mudarmos, tive um problema pessoal e voltei para a Coreia. Meu nome brasileiro era Zoe. Lembro da minha amiga me chamando de “Zoe, Zoe” e do tempo que passamos juntas.
Eu adoraria se vocês pudessem mandar uma mensagem especial para os fãs brasileiros. Vocês estiveram aqui recentemente, e eles já estão com saudade!
Choerry: É difícil acreditar que já faz um ano desde que visitamos o Brasil. Queremos muito voltar! Se tivermos a chance, com certeza vamos visitar todos vocês para nos divertirmos juntos. Esperem por nós só mais um pouquinho! Chegaremos em breve! Amamos nossos fãs brasileiros!
Confira a entrevista completa: