Técnico da Argentina foi apadrinhado por Mauro Silva no Deportivo La Coruña, da Espanha Futebol Internacional, Argentina (seleção), CNN Esportes, Futebol internacional, Lionel Scaloni CNN Brasil
Campeão mundial e bicampeão da Copa América com a Argentina, o técnico Lionel Scaloni divulgou na última semana o lançamento de sua biografia oficial, escrita pelo jornalista Diego Borinsky e publicada pela editora Sudamericana.
Nas mais de 540 páginas, Scaloni tem sua trajetória de vida contada em 100 histórias, que retratam sua caminhada desde a infância na cidade de Pujato até o título da Copa do Mundo no comando da Albiceleste.
Apesar da rivalidade, o argentino é um admirador do futebol brasileiro e sua biografia tem um capítulo dedicado a Mauro Silva, campeão mundial com o Brasil em 1994, seu ex-companheiro no Deportivo La Coruña.
Em “Meu irmão brasileiro”, Scaloni fala sobre a admiração pelo meio-campista e a importância que o hoje vice-presidente da Federação Paulista de Futebol teve na sua adaptação à Espanha e ao Depor, que viveu as maiores glórias de sua história — liderados por Mauro Silva — entre o fim da década de 1990 e o início dos anos 2000.
“Hoje em dia, depois de ter observado muitos meios-campistas como jogador e técnico, Mauro Silva é para mim o melhor que vi. Tinha uma qualidade que não era apreciada à primeira vista porque fazia tudo muito fácil”, diz o argentino na biografia.
Quando algum jovem não se comportava bem, ele o buscava sozinho, abraçava e falava a palavra justa. E me dava conselhos sobre como se mover quando ele não podia jogar. Terminei jogando um monte de partidas como meio-campista quando ele estava lesionado, porque ele me ensinou. Um grande
Lionel Scaloni em sua biografia oficial
Mauro Silva vestiu a camisa do Deportivo La Coruña por 13 anos e se transformou num dos maiores ídolos da história do clube espanhol. Com ele no elenco, a equipe conquistou seus principais títulos na elite: uma taça de La Liga, dois troféus da Copa do Rei e um tricampeonato na Supercopa da Espanha.
O brasileiro, que já estava no fim de carreira quando Scaloni chegou ao Depor, concedeu entrevista a Diego Borinsky e lembrou da experiência ao lado do argentino.
“Ele compensava suas carências técnicas com vontade e com trabalho. Tinha um chute razoável e nunca afrouxava em sua capacidade de sacrifício, indo para cima e para baixo o tempo todo. Esse tipo de comportamento de não dar nada por vencido contagiava os companheiros”, recordou Mauro Silva, que ajudou Scaloni até com investimentos.
“Eu tinha quase seis anos no clube, conhecia muita gente e tinha muitas relações, então ajudei o Lionel para que se sentisse cômodo, inclusive com questões de banco e de investimentos. Ele me perguntava tudo. Depois conheci seus pais e o seu irmão, gente muito simples. E Lionel mostrou essa simplicidade com as pessoas em todos os momentos, e vejo que continua o mesmo.”

Admiração pelo futebol brasileiro
O respeito e a admiração que Lionel Scaloni sente pelo Brasil não se limitam à figura de Mauro Silva. Quem conta detalhes dessa relação com o país rival é o autor Diego Borinsky.
“Ele tem um respeito reverencial pelo Brasil. Quando falei com ele sobre a Copa do Mundo [do Catar], perguntei a ele qual o adversário que não gostaria de enfrentar. E ele disse: ‘Brasil. Nunca quero jogar contra o Brasil’“, conta Borinsky à CNN Brasil.
Até mesmo com relação às letras das músicas cantadas pela torcida da Argentina, Scaloni diz não se sentir totalmente cômodo com algumas provocações aos rivais.
“Perguntei a ele se gosta da canção ‘Muchachos’. E ele disse que sim, mas que juntamente com o Ayala (assistente técnico), acham que é muita cara de pau chamar os brasileiros de filhos. O Brasil ganhou cinco Mundiais, e a Argentina tem três”, completa o autor.
O livro está à venda nas principais redes de livrarias da Argentina e custa 27.999 pesos (cerca de R$ 113 na cotação atual).

