Lucas morreu após consumir um “bolinho de mandioca”; a PCSP (Polícia Civil de São Paulo) investiga o caso São Paulo, Envenenamento, investigacao policial, Polícia Civil, São Paulo (estado) CNN Brasil
Lucas da Silva Santos, um jovem de 20 anos, morreu após consumir um “bolinho de mandioca” supostamente envenenado em São Bernardo do Campo. Ele foi internado em estado grave e, posteriormente, faleceu. A Polícia Civil de São Paulo investiga o caso.
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A ocorrência foi registrada no dia 12 de julho, após guardas municipais serem acionados por um hospital que recebeu Lucas com sintomas de intoxicação. Lucas havia passado mal após comer bolinhos enviados por sua tia, Cláudia Pereira Dos Santos Daliessi, na noite anterior.
O diagnóstico médico inicial apontou intoxicação por agentes anticolinesterase, compatível com envenenamento por “chumbinho”, embora o hospital não tivesse meios para o exame específico. Lucas deu entrada no hospital intubado e em estado grave, necessitando de hemodiálise e suporte ventilatório.
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Primeiros indícios e suspeitos
Inicialmente, a tia, Cláudia, era a principal suspeita, por ter preparado e enviado o alimento, e por relatos de um relacionamento distante com a família. Ela negou ter adicionado veneno, afirmando que ela, sua família e animais de estimação também ingeriram os bolinhos e não passaram mal.
No entanto, a investigação sofreu uma reviravolta. O padrasto da vítima, Ademilson Ferreira dos Santos, tornou-se o principal suspeito. A mudança de foco se deu por diversas controvérsias e inconsistências em seus depoimentos, especialmente após uma acareação com a tia.
Relembre: justiça chegou a negar prisão de principal suspeito
Ademilson tentou culpar a irmã, mas áudios revelaram que foi ele quem pediu os bolinhos. Ele foi a única pessoa a manipular e entregar pessoalmente os cinco bolinhos para cada membro da família. A mãe de Lucas chegou a estranhar essa conduta.
Motivação do crime
A Polícia Civil de São Paulo acredita que a motivação do crime parece ser ciúme excessivo e possessividade do padrasto em relação a Lucas. Há relatos de que Ademilson abusava sexualmente dos enteados há anos e temia que Lucas o deixasse.
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Lucas planejava iniciar um relacionamento e se mudar de cidade dias antes do ocorrido, o que pode ter sido o gatilho para o ato. Ademilson chegou a confessar a um pastor, em junho, que “pensou até em matar” o enteado.
Causa da morte
A suspeita inicial de “chumbinho” foi descartada pelos médicos, que relataram uma lesão na língua inconsistente com esse tipo de veneno, sugerindo outra substância ou medicamento de uso controlado.
A PCSP solicitou a prisão temporária de Ademilson, que foi negada inicialmente. No entanto, ele foi preso temporariamente na quarta-feira (16). Ademilson deve ser indiciado por tentativa de homicídio triplamente qualificado, com qualificadoras de motivo torpe, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima.
A polícia aguarda os laudos periciais e toxicológicos para determinar a substância exata e a causa da intoxicação. A tipificação inicial do caso como “homicídio tentado” era precária e pode ser revista após a conclusão das investigações.