Especialista analisa desafios econômicos do próximo governo e destaca necessidade de mudanças estruturais nas contas públicas Macroeconomia, -transcricao-de-video-money-, CNN Brasil Money, Dívida pública, Reforma CNN Brasil
O Brasil enfrenta um cenário econômico desafiador, com uma trajetória insustentável de dívida que demanda reformas urgentes, segundo Solange Srour, diretora de macroeconomia do UBS no Brasil.
Em entrevista ao CNN Money, Srour destacou a importância das próximas eleições para o futuro econômico do país.
De acordo com a especialista, há um consenso no mercado e na sociedade sobre a necessidade de reformas importantes no próximo mandato presidencial.
“A gente está numa trajetória insustentável de dívida, isso é reconhecido pelo próprio governo”, afirmou Srour, alertando para o risco de paralisação da máquina pública ou uma trajetória muito ruim da dívida se nada for feito até 2027.
Srour enfatizou que, independentemente do resultado das eleições, as reformas serão inevitáveis.
“Se a gente demorar muito para fazer, seja qual for o governo que assumir em 2027, a gente vai sofrer uma desaceleração muito intensa da atividade econômica”, alertou.
Ela comparou a situação atual com a crise econômica de 2014-2016, ressaltando que sem reformas, o país pode entrar em uma recessão profunda.
A economista elencou três prioridades econômicas que deveriam ser discutidas na campanha eleitoral:
- Mudança na regra do salário mínimo, possivelmente desvinculando-o do PIB;
- Desvinculação do piso da educação e saúde da arrecadação;
- Reformas previdenciária e administrativa.
Perspectivas para investimentos estrangeiros
Quanto ao recente fluxo de investimentos estrangeiros no Brasil, Srour esclareceu que não se trata ainda de uma aposta nas reformas, mas sim de uma diversificação de portfólios em relação aos ativos americanos.
“O que tem trazido o gringo para o Brasil é a diversificação dos portfólios que estavam muito concentrados nos Estados Unidos”, explicou.
A especialista concluiu que um eventual cenário de reformas estruturais poderia motivar um novo fluxo de investimentos estrangeiros para o Brasil, mas ressaltou que isso provavelmente ocorreria mais perto das eleições de 2026.
