Gol, que deixou de voar para Caracas em 2016, volta a ter quatro frequências semanais para o país de Maduro Internacional, Aviação, Brasil, Caracas, Latam, Venezuela CNN Brasil
A companhia Gol Linhas Aéreas retomou, na terça-feira (5), os voos diretos com a Venezuela, nove anos após ter suspendido a conexão aérea entre os países.
A empresa brasileira confirmou à CNN a retomada das operações com o país de Nicolás Maduro, com quatro frequências semanais entre Guarulhos e Caracas.
Desde 2016, voos diretos da Gol e da Latam Airlines à capital venezuelana foram suspensos pela dificuldade das empresas para enviar ao Brasil os lucros obtidos com as operações aéreas.
Na época, Maduro controlava e limitava a compra legal de dólares, o que impedia as empresas estrangeiras de repatriar os seus dividendos para seus países de origem. Além da decisão das aéreas brasileiras, outras companhias, como Lufthansa, Alitalia e Air Canadá também anunciaram a suspensão de voos com a Venezuela entre 2014 e 2016.
Nos últimos anos, o único voo direto entre o Brasil e a Venezuela era realizado com a estatal venezuelana Conviasa, conectado as cidades de Manaus e Puerto Ordaz. Pela Latam, por sua vez, somente é possível chegar na Venezuela fazendo conexão em Bogotá.
Os voos da Gol serão apenas entre Guarulhos e Caracas, e não com a República Dominicana ou Aruba como destino final da rota aérea, como antes. As operações de ida e volta entre Brasil e Venezuela serão realizadas às terças, quintas, sábados e domingos.
Aposta na Venezuela
A Autoridade Aeronáutica Civil da Venezuela comemorou a retomada das operações da Gol no país, afirmando ser “um passo decisivo na recuperação do setor aéreo do país e consolidando a Venezuela como um hub chave na região sul-americana”.
“Este retorno reflete a confiança das companhias aéreas internacionais da recuperação econômica e do setor aéreo venezuelano”, diz o organismo. “Este fato representa um triunfo para a Venezuela, que continua se abrindo para o mundo e consolidando seu papel como um centro de ligação na região”, completa.
A aposta da Gol na rota Guarulhos-Caracas considera o potencial de que o Brasil funcione como um ponto de conexão entre a Venezuela e o Cone Sul, após o país de Maduro ter visto sua malha aérea encolher na última década.
O movimento comercial também considera os milhões de venezuelanos espalhados por países vizinhos ao Brasil que poderiam viajar para a Venezuela via conexão em Guarulhos.
País isolado
Além do fim de operações pelas companhias que não conseguiam repatriar dividendos, o não reconhecimento do chavista como vencedor das eleições presidenciais de 2024 por governos da região levou Caracas a suspender voos com países como Panamá, Peru e República Dominicana.
Após 8 meses, em maio deste ano, as operações entre Caracas e o Panamá foram restabelecidas. Em junho, os voos entre a República Dominicana e a capital venezuelana foram retomados.
Procurada pela reportagem, a Latam, que atualmente somente oferece aos passageiros a opção de voar para Caracas saindo de Bogotá, na Colômbia, não respondeu se tem planos de, como a Gol, retomar voos entre o Brasil e a Venezuela.
