Nordeste concentrou o maior percentual de pessoas que não sabem ler e escrever Educação, Analfabetismo, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) CNN Brasil
O Brasil tinha 9,1 milhões pessoas com mais 15 anos ou mais analfabetas em 2024. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (13).
Segundo o IBGE, o número representa uma redução de aproximadamente 197 mil pessoas sem saber ler e escrever. O número é o menor da série histórica iniciada em 2016. No ano em que a coleta de dados começou, o percentual era de 6,7%. Em 2019, caiu para 6,1%. A queda continuou nos anos seguintes: 5,6% em 2022 e 5,4% em 2023. Em 2024, o dado foi de 5,3%.
A região Nordeste concentra o maior percentual de pessoas sem saber ler e escrever no Brasil. Elas representam 55,6% (ou 5,1 milhões) das pessoas analfabetas do país. O Sudeste aparece em segundo ranking, com 22,5% (ou 2,1 milhões de pessoas).
Recorte por idade
Quando considerado o grupo de pessoas analfabetas formado pelas pessoas de 18 ou mais, o percentual era de 7,1% em 2016. Em 2019, caiu para 6,4%. Foi para 5,9% em 2022.
Em 2023, o IBGE registrou 5,7% de analfabetos nessa faixa etária. Já em 2024, o índice foi de 5,5%.
No caso das pessoas de 25 anos ou mais, o percentual de analfabetos foi de 8,3% em 2016. Caiu para 7,4% em 2019 e para 6,8% em 2022. O índice também caiu nas pesquisas posteriores, indo de 6,5% em 2023 e para 6,3% em 2024.
Em relação ao grupo formado pela população de 40 anos ou mais, o percentual foi de 12,1% em 2016. Em 2019, era de 10,8%. na PNAD Contínua de 2022, foi de 9,8% A queda também foi registrada em 2023 (9,4%) e 2024 (9,1%).
Segundo o IBGE, o analfabetismo segue fortemente associado à idade. Em 2024, havia 5,1 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que corresponde a uma taxa de 14,9% para esse grupo etário.
O percentual, no entanto, é menor quando comparado às pesquisas anteriores. No início da série histórica em 2016, ele era de 20,5%. Em 2019, caiu para 18,1%. Em 2022, foi para 16,0%. Já em 2023, era de 15,4%.
“Os dados indicam que as novas gerações estão tendo maior acesso à escolarização e sendo alfabetizadas ainda na infância. Contudo, os analfabetos permanecem concentrados nas faixas etárias mais velhas. Essa diferença etária de quase 10 pontos percentuais entre os extremos da população reforça a importância de políticas específicas para alfabetização de adultos e idosos”, destaca o estudo.
Homens e mulheres
Em 2024, a taxa de analfabetismo entre mulheres de 15 anos ou mais de idade foi de 5,0%, enquanto entre os homens foi de 5,6%. A redução em relação a 2023 foi de 0,2 pontos percentuais para as mulheres.
Na população com 60 anos ou mais de idade, a taxa de analfabetismo das mulheres permaneceu ligeiramente superior à dos homens, com 15,0% para mulheres e 14,7% para homens.
Apesar da leve oscilação, o IBGE aponta que a diferença segue como uma das menores da série histórica, indicando uma tendência de equilíbrio entre os sexos.
Ainda de acordo com o IBGE, a convergência das taxas por sexo, especialmente entre os mais velhos, sugere avanços na escolarização feminina nas gerações mais recentes, embora o legado de desigualdade educacional do passado ainda esteja presente.
*Texto em atualização