Morte gerou comoção no Brasil e no mundo Brasil, -agencia-cnn-, Brasileira, Vulcão, vulcão Indonésia CNN Brasil
A trágica morte da brasileira Juliana Marins, de 24 anos, no vulcão Rinjani, na Indonésia, gerou uma vasta repercussão no Brasil e no mundo. O caso expôs um complexo cenário de desafios no resgate e questões de segurança local.
Juliana, publicitária e dançarina profissional de pole dance, estava realizando um mochilão pela Ásia desde fevereiro e, segundo amigos, “vivia o sonho de viajar”.
Veja vídeo que mostra brasileira morta em vulcão da Indonésia antes de acidente
A confirmação do falecimento de Juliana, na terça-feira (24), após quatro dias desaparecida, foi divulgada pela família e pelo Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. A notícia provocou comoção nacional, com diversas autoridades brasileiras lamentando a perda.
Veja: quem é a brasileira que caiu na trilha de um vulcão na Indonésia
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1 de 6Juliana Marins, de 24 anos, era natural de Niterói (RJ), e foi encontrada morta nesta terça-feira (24) • Reprodução/Redes Sociais
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2 de 6Brasileira sofreu acidente na última sexta-feira (20), quando tropeçou, escorregou e caiu a cerca de 300 metros da trilha • Reprodução/Redes Sociais
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3 de 6Turistas avistaram Juliana cerca de três horas depois do acidente e alertaram a família pelas redes sociais, com localização exata, fotos e vídeos, além de imagens de drone • Reprodução/Redes Sociais
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4 de 6A jovem realizava um “mochilão” pela Ásia desde fevereiro e visitou países como Filipinas, Tailândia e Vietnã antes de chegar à Indonésia • Reprodução/Redes Sociais
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5 de 6A jovem era dançarina profissional de pole dance e costumava se apresentar artisticamente, além de compartilhar as performances nas redes sociais • Reprodução/Redes Sociais
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6 de 6Uma amiga descreveu que ela estava “vivendo um sonho de viajar pela Ásia” • Reprodução/Redes Sociais
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Entre as figuras de peso que se manifestaram lamentando a morte da jovem estão o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente da Câmara, Hugo Motta, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e ministros como Celso Sabino (Turismo), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Margareth Menezes (Cultura) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos).
Janja sobre brasileira morta em vulcão: “Teve coragem de realizar sonhos”
A primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, exaltou a coragem de Juliana em realizar seus sonhos. A Escola de Comunicação da UFRJ, onde Juliana se formou, também expressou pesar. O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, manifestou profundo pesar pela jovem niteroiense.
Papel diplomático
O Itamaraty esteve em contato de alto nível com o governo indonésio, mobilizando autoridades locais para os trabalhos de busca e resgate desde o início do incidente.
Confira: Itamaraty lamenta morte de brasileira que caiu em vulcão na Indonésia
A família de Juliana utilizou as redes sociais para divulgar a situação e desmentir informações falsas sobre supostos resgates ou entrega de suprimentos, classificando vídeos como “forjados”.
Brasileira em vulcão na Indonésia: veja imagens de antes do acidente
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1 de 5Imagens mostram Juliana durante a trilha • Reprodução/Redes Sociais
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2 de 5Imagens mostram Juliana durante a trilha • Reprodução/Redes Sociais
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3 de 5Imagens mostram situação do local em que Juliana desapareceu • Reprodução/Redes Sociais
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4 de 5Imagens mostram situação do local em que Juliana desapareceu • Reprodução/Redes Sociais
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5 de 5Fizemos isso pela vista, diz brasileira em vídeo antes de cair em vulcão • Reprodução/Redes Sociais
O pai de Juliana, Manoel Marins Filho, enfrentou dificuldades para chegar à Indonésia, ficando preso em Lisboa devido a ataques no Oriente Médio que fecharam o espaço aéreo no Catar.
Após a confirmação da morte, autoridades indonésias informaram que o corpo de Juliana seria içado na manhã de quarta-feira (25), horário local, e levado ao Hospital Bayangkara. O processo, no entanto, é incerto devido ao clima desfavorável e visibilidade limitada.
Circunstâncias do acidente e resgate
O acidente ocorreu na última sexta-feira (20), quando Juliana tropeçou, escorregou e caiu a cerca de 300 metros da trilha no vulcão Rinjani.
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1 de 5Imagens feitas por turistas registraram a situação de Juliana • Arquivo pessoal
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2 de 5Brasileira fazia um mochilão desde fevereiro com uma empresa de turismo • Arquivo pessoal
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3 de 5Durante a trilha, Juliana tropeçou, escorregou e caiu a uma distância de cerca de 300 metros • Arquivo pessoal
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4 de 5Após 14 horas do acidente, a vítima, identificada como Juliana Marins, ainda não foi resgatada • Arquivo pessoal
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5 de 5Fizemos isso pela vista, diz brasileira em vídeo antes de cair em vulcão • Redes Sociais
Após a queda, Juliana conseguia mover apenas os braços e olhar para cima, sem conseguir se levantar. Turistas que a avistaram horas depois acionaram a família via redes sociais, fornecendo localização e vídeos, incluindo imagens de drone.
O resgate foi marcado por inúmeros desafios:
- Terreno e acesso: A região do vulcão é de difícil acesso, íngreme, com pedras escorregadias devido ao sereno.
- Condições climáticas: Neblina intensa reduzia a visibilidade, e o mau tempo levou a interrupções e cancelamentos das buscas.
- Deslocamento da vítima: A família relatou que Juliana continuava “escorregando” montanha abaixo. Inicialmente vista por drone a cerca de 500 metros penhasco abaixo e visualmente imóvel, a família estimou que ela poderia estar a aproximadamente 650 metros ou ter deslizado mais de um quilômetro.
- Limitações do resgate: A irmã de Juliana desmentiu a informação de que equipes haviam chegado até ela com suprimentos, afirmando que não conseguiram alcançá-la devido a cordas insuficientes e despreparo. O uso de helicóptero, considerado a “última esperança” pela família, foi impossibilitado pelas condições climáticas.
Segurança do local
A segurança no Monte Rinjani tem sido um ponto crítico, com o vulcão registrando 8 mortes e cerca de 180 acidentes desde 2020, majoritariamente quedas e torções. Turistas relatam precariedade na infraestrutura de segurança, com falta de sinalização, socorro lento e guias sem equipamentos adequados.
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Marcelo Gramani, geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), participou do CNN Arena nesta terça (24) e criticou a demora no resgate, a falta de planejamento e a ausência de equipamentos e equipes de segurança na base do terreno, além de questionar a continuidade das operações do parque após o acidente.
“A partir do momento que a gente acessa um parque onde as condições do risco, do terreno, do clima são conhecidas, a gente tem expectativa de que tanto os guias, os monitores ou a localidade têm um planejamento para atender uma situação de emergência”, afirmou.
Entenda: como é a trilha de vulcão na Indonésia onde brasileira morreu
Como medida para agilizar a evacuação e garantir a segurança, o Parque Nacional do Monte Rinjani anunciou o fechamento temporário de parte da rota de escalada. Contudo, a providência veio quatro dias após o acidente com a brasileira, pouco antes dela ser encontrada sem vida.